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Não há previsão sobre quando será pico da dengue, diz Butantan

Centro de Operações de Emergências do governo do estado recomendou decreto de emergência por dengue; SP tem 31 mortes pela doença em 2024

atualizado

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Mosquito da dengue - Metrópoles
1 de 1 Mosquito da dengue - Metrópoles - Foto: GettyImages

São Paulo – O diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, disse nesta terça-feira (5/3) que o comportamento epidemiológico da dengue em 2024 surpreendeu os infectologistas da entidade, com os primeiros casos da doença surgindo cerca de um mês antes do habitual. Segundo Kallas, não há previsão sobre quando será o pico da doença.

Durante a manhã, o Centro de Operações de Emergências (COE) recomendou que a gestão estadual decrete estado de emergência contra a dengue. A medida, que autoriza compras de insumos sem licitação, deve ser assinada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nas próximas horas, em uma edição extraordinária do Diário Oficial.

Para Esper Kallas, as chuvas e as altas temperaturas registradas no início do ano favoreceram o maior número de casos de dengue. Ele afirma que 80% dos criadouros de dengue estão nas residências.

“A gente olha o comportamento da epidemia em anos anteriores, compara com o que está acontecendo em 2024 e percebe que há uma antecipação. O número de casos normalmente começa a subir na terceira ou quarta semana de fevereiro. Esse ano foi atípico porque começamos a notar o aumento dos casos já em janeiro. A antecipação de um mês e meio no início do número de casos parecia extemporânea, mas o tempo mostrou que não”, afirmou o Kallas, em entrevista coletiva na sede da Secretaria da Saúde.

“Os casos continuam crescendo, a gente ainda não sabe quando será o pico. Não dá para dar a previsão exata (…). Como existem estados que estão em uma situação bem pior que São Paulo, a gente tem que se preparar”, completou o diretor do Butantan.

De acordo com o painel do monitoramento da Secretaria da Saúde, o estado de São Paulo fechou a segunda-feira (4/3) com 138.259 casos confirmados de dengue. Considerando a população de 44 milhões de habitantes (44.411.238, segundo o IBGE), a taxa de incidência da doença chegou a 311 casos para cada 100 mil habitantes, o que configura situação de epidemia.

O estado registra 31 mortes causadas pela dengue. Outros 122 óbitos ainda seguem em investigação. Os casos chegaram a 138.259, sendo 169 considerados graves.

De acordo com a pasta, entre os quatro subtipos de dengue, os subtipos 1 e 2 apresentam maior circulação na cidade. “Em UPAs e UBSs, os municípios têm trabalhado para ampliar o atendimento. Estamos antecipando o problema de demanda decretando o estado de emergência”, afirmou a secretária em exercício Priscilla Perdicaris ao anunciar a medida.

Sintomas da dengue

Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. As manifestações clínicas incluem:

  • Febre alta: a temperatura corporal pode atingir valores significativamente elevados, geralmente acompanhada de calafrios e sudorese intensa;
  • Dor de cabeça intensa: a dor é geralmente localizada na região frontal, podendo se estender para os olhos;
  • Dores musculares e nas articulações: sensação de desconforto e dor, muitas vezes referida como “quebra ossos”;
  • Náuseas e vômitos: podem ocorrer, contribuindo para a desidratação;
  • Manchas vermelhas na pele: conhecidas como petéquias, essas manchas podem aparecer em diferentes partes do corpo;
  • Fadiga: uma sensação geral de fraqueza e cansaço persistente.

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