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Na fila do SUS há um ano, mãe abre vaquinha para pagar cirurgia da filha

Criança espera por cirurgia há quase um ano na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; hospital diz que fila para cirurgia eletiva é longa

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Arquivo pessoal
imagem colorida mostra mulher ao lado de criança em foto. a mulher é branca, tem cabelo liso e veste uma blusa preta. a criança veste uma blusa colorida. metrópoles
1 de 1 imagem colorida mostra mulher ao lado de criança em foto. a mulher é branca, tem cabelo liso e veste uma blusa preta. a criança veste uma blusa colorida. metrópoles - Foto: Arquivo pessoal

São Paulo – Depois de esperar por quase um ano na fila do SUS, uma moradora de São Paulo decidiu abrir uma vaquinha online para arrecadar dinheiro e conseguir operar a filha de 4 anos em um hospital privado.

Tatiana Ferreira de Camargo, 46, conta que a filha foi diagnosticada com hipertrofia das amígdalas, quando o órgão tem tamanho superior ao comum, e sofre com inflamações frequentes desde que era bebê.

Em setembro de 2022, a criança entrou na fila de espera para operar as amígdalas na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Mas sem conseguir realizar o procedimento, tem ficado constantemente doente, segundo a mãe.

“De lá para cá, a cada um mês e meio, dois no máximo, ela teve uma inflamação”, afirma Tatiana.

A mãe conta que tem evitado sair com a filha de casa e que a menina desenvolveu outros problemas de saúde por causa da hipertrofia do órgão.

“Por ela ter inflamações recorrentes, o ouvido ficou entupido”, afirma Tatiana. Ela diz que chegou a ouvir de um médico que 70% do ouvido da filha estava obstruído e que a criança poderia perder a audição.

No dia 25 de julho, depois de mais um episódio de febre da menina, a mãe decidiu abrir uma vaquinha online e arrecadar o dinheiro para fazer a operação em um hospital privado.

Desde então, Tatiana arrecadou mais de R$ 11 mil reais, o que equivale a menos de 50% do valor necessário para pagar os exames pré-operatórios e o valor integral da cirurgia, segundo a mãe da criança.

Desempregada, ela explica que a família não tem condições de arcar com o procedimento. “Meu marido é motoboy e a gente paga aluguel”, afirma a mãe.

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde afirma que as cirurgias de amígdalas são eletivas e dependem de disponibilidade de agenda das unidades de saúde para marcação e realização dos procedimentos.

“Atualmente, as filas de espera por exames e cirurgias são descentralizadas, mas a atual gestão trabalha para identificá-las e unificá-las, com o objetivo de ampliar os atendimentos e reduzir a demanda de espera, sempre respeitando os critérios de urgência e emergência”, diz a pasta.

A Santa Casa afirmou que a fila para realização de cirurgia eletiva é longa, mas se colocou à disposição para “reavaliar as condições da criança em consulta a ser agendada para a próxima semana”.

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