Mulher quer imagens de lotérica para provar que fez jogo certo da Mega
Mulher diz ter acertado os seis números da Mega da Virada, mas que lotérica não registrou jogo. Ela quer imagens para provar o que diz
atualizado
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São Paulo — A família de Elza Jesus Almeida, 64 anos, moradora de São Paulo que diz ter acertado os seis números da Mega da Virada, mas que a lotérica não registrou a aposta vencedora, pretende recorrer à Justiça para ter acesso às imagens da câmera que filma o guichê onde o jogo foi realizado, na tarde do dia 31 de dezembro, no Jabaquara, zona sul da capital paulista.
Ao Metrópoles, um dos filhos de Elza, que prefere não se identificar, disse que o dono da lotérica desistiu de fornecer as imagens a ele após a repercussão do caso. Ao todo, a mãe dele diz ter feito oito apostas para tentar levar a bolada, e que apenas uma delas não foi registrada – justamente a sequência que lhe renderia o prêmio de mais de R$ 70 milhões.
Por meio de nota, a Caixa Econômica Federal informou, na última quinta-feira (2/1), que o recibo emitido pelo terminal de apostas é o único documento que comprova o registro da aposta e habilita ao recebimento de prêmios. O Metrópoles tentou, mais de uma vez, contato com o proprietário da lotérica, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
Segundo o filho de Elza, a funcionária que registrou as apostas feitas pela mãe dele alegou que o sistema da Caixa apresentava inconsistência no dia 31 de dezembro, mas não soube dizer o que houve no caso dela. A família já registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, mas por envolver uma lotérica, a competência de uma investigação do caso seria da Polícia Federal (PF).
“Nós vamos entrar na Justiça para ter acesso às imagens. Eu quero, pelo menos, provar que minha mãe esta falando a verdade, provar a dignidade dela. Dinheiro a gente não espera mais. Já estou consolando a minha mãe. Esperança de receber é nula”, disse ele.
Nessa sexta-feira (3/1), o Metrópoles mostrou a história de um casal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que espera há mais de 25 anos por uma indenização da lotérica que não registrou o jogo vencedor da Mega-Sena em 1999.
Entenda o caso
Elza Jesus de Almeida contou ao Metrópoles que aposta na Mega da Virada todos os anos em uma lotérica próxima de onde mora, no Jabaquara. Em 2024, segundo conta, não foi diferente.
Relata ter ido na tarde de terça-feira (31/12), poucas horas antes do sorteio, até a mesma unidade e que entregou todos os canhotos preenchidos com oito apostas à funcionária do local.
Elza conta ter recebido os comprovantes de aposta, mas que não checou se a quantidade de jogos batia. Já em casa, quando viu que os números sorteados foram os mesmos que tinha escolhido em um dos jogos, acreditou ter vencido a Mega da Virada. Os números sorteados foram: 01 – 17 – 19 – 29 – 50 – 57.
“Deu dor de barriga, eu fui pro banheiro. Eu falei que ia trazer meu filho dos Estados Unidos pra ficar comigo. Pensei só isso, sabe? Eu falei: ‘Vou fazer tudo, vou dar uma casa pra minha neta’”, diz.
Foi um dos filhos de Elza que a avisou sobre o erro no registro do jogo. Ele pediu para ver o comprovante da aposta e percebeu que lá constavam apenas os primeiros dois jogos do canhoto, e não o terceiro, com os seis números sorteados.
Na imagem, encaminhada à reportagem, é possível ver que nenhum dos três jogos preenchidos tinha margem para ser anulado.
Elza acredita que a operadora da casa lotérica errou ao não registrar os três jogos. No entanto, ela também admite ter falhado ao não verificar os comprovantes.
“Foram oito jogos, foi bastante, eu não contei. Se eu tivesse contado, eu saberia que tinha um faltando. E quando ela cobrasse, eu falaria ‘não, pera aí, faltou um’, mas eu não contei. Nem imaginava isso, eu confiei”, conta.
Elza destaca que a operadora chegou a alertar sobre estar faltando um número em um dos jogos, que não seria a sequência premiada. Por isso, chamou a atenção da mulher não ter sido alertada sobre o jogo que faltou ser registrado.
Ao todo, oito apostas acertaram os seis números da Mega da Virada e dividirão o prêmio de R$ 635 milhões — o maior já ofertado pela Caixa.
Duas são de Brasília (DF), uma de Nova Lima (MG), duas de Curitiba (PR), uma de Pinhais (PR), uma de Osasco (SP) e uma de Tupã (SP). Todas ganharam o prêmio para seis acertos, totalizando R$ 79,4 milhões para cada.
