Mulher que teve perna amputada: “Não quero vingança, quero justiça”
Segundo perito particular, motorista que dirigia Mercedes-Benz e causou acidente que amputou perna da mulher estava a pelo menos 115 km/h
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – A massoterapeuta Maria Graciete Alves da Silva, de 36 anos, que teve parte da perna esquerda amputada após o mototáxi em que estava ser atingido por uma Mercedes-Benz em alta velocidade, afirmou esperar que o motorista responsável pelo acidente seja punido.
“Não quero vingança, só quero justiça para que isso não aconteça com outras pessoas”, disse a vítima, em vídeo divulgado pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (26/5). A batida que causou sua mutilação aconteceu na segunda-feira (20/5).
Graciete estava na garupa da moto de aplicativo dirigida por Arlison da Silva Correia, de 32 anos, quando ambos foram atropelados pela Mercedes conduzida por Carlos André Pedroni de Oliveira Pinto em uma alameda de Alphaville Industrial, em Barueri, na Grande São Paulo. Uma das suspeitas é de que Carlos André estivesse disputando um racha com outro carro de luxo – o que ele nega.
Por causa da violência da colisão, ela teve a perna amputada na hora. A massoterapeuta chegou a ficar cinco dias internada e recebeu alta hospitalar no sábado (24/5).
“Sonho interrompido”
No vídeo, Graciete diz que ainda está em recuperação, mas tem enfrentado muitos problemas de mobilidade.
“Eu vim de Manaus para São Paulo. Esse sonho foi interrompido depois do acidente. Dói muito ter toda uma vida esquecida e precisar recomeçar tudo de novo”, disse.
O mototaxista também ficou gravemente ferido. Ele teve traumatismo craniano e chegou a ficar internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas teve boa evolução e recebeu alta na quarta-feira (22/5).
“Fui projetado no ar. A lembrança é como se fosse em câmera lenta, machuquei os dois calcanhares, os dois cotovelos e a cabeça. Minha moto foi parar a uns 50 metros de mim. Quando olhei para o lado, vi a Maria, sem a perna. Isso não sai da minha cabeça”, contou Arlison.
Investigação
O perito Renato Orsi também afirmou que Carlos André dirigia a Mercedes acima da velocidade. Segundo o profissional ouvido na reportagem, o carro estaria em velocidade entre 115 km/h e 120 km/h no momento da batida. A perícia oficial, que é feita pela Polícia Técnico-Científica, ainda não foi concluída.
Já Carlos André, que atingiu a moto com as vítimas, se apresentou à polícia 40 horas após o acidente. Ele negou que estivesse participando de um racha e disse que não havia bebido álcool.
O suspeito afirmou, ainda, que estava arrependido de não ter prestado socorro, mas alegou que se assustou com o impacto da batida e decidiu ir embora, pois fora vítima de um sequestro relâmpago recentemente.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o motorista foi indiciado por lesão corporal gravíssima, fuga de local de acidente e omissão de socorro.
O motorista do segundo carro de luxo, outro Mercedes-Benz, era dirigido pelo dentista Roberto Viotto, conhecido como “dentista dos famosos”. Em entrevista ao Metrópoles, ele afirmou que não estava participando de um racha e alega sequer ter visto o acidente. Apesar disso, afirmou que o motorista do outro carro de luxo “fugiu com o motor arrastando”.