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Mudanças na redação e mais disciplinas: veja como será a “nova” Fuvest

Principal porta de entrada para a USP, vestibular da Fuvest terá novidades a partir do próximo ano

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Segundo dia da 2ª fase do vestibular da Fuvest tem 12 questões dissertativas de disciplinas específicas, a depender da carreira escolhida - Metrópoles
1 de 1 Segundo dia da 2ª fase do vestibular da Fuvest tem 12 questões dissertativas de disciplinas específicas, a depender da carreira escolhida - Metrópoles - Foto: Marcos Santos/ USP Imagens

São Paulo – O vestibular da Fuvest, principal porta de entrada para quem deseja estudar na Universidade de São Paulo (USP), passará por mudanças a partir do próximo ano.

As novidades incluem mais disciplinas, formatos novos para a redação e a reorganização dos conteúdos na prova, que contará com mais questões interdisciplinares.

As mudanças no vestibular eram discutidas pela USP desde 2022, mas só foram aprovadas pelo Conselho de Graduação da universidade na última semana. Nesta quarta-feira (18/12), a Fuvest, fundação que organiza o exame, divulgou os detalhes sobre o que será exigido em cada área de conhecimento da prova.

Para o diretor-executivo da Fuvest, Gustavo Mônaco, a atualização da prova era necessária para adequar o currículo do exame à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

“O programa do vestibular não era mexido há muitos anos. Ele estava desatualizado tanto no que diz respeito aos tópicos das diversas disciplinas, quanto, sobretudo, à forma de apresentação”, afirma.

Em entrevista ao Metrópoles, ele explicou o que deve ou não mudar para quem for prestar a prova a partir de 2025.

Veja abaixo quais serão as principais novidades:

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Candidatos fazem última etapa da 2ª fase da Fuvest nesta segunda
Divulgação de lista de aprovados no vestibular da Fuvest
Estudantes fazem vestibular da USP em São Paulo
Estudantes esperam para a realização de prova
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Fuvest: maior vestibular do país acontece neste domingo. Tire dúvidas

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Candidatos fazem última etapa da 2ª fase da Fuvest nesta segunda

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Divulgação de lista de aprovados no vestibular da Fuvest

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Estudantes fazem vestibular da USP em São Paulo

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Estudantes esperam para a realização de prova

Fábio Vieira/Metrópoles

Redação

Tradicionalmente focada no gênero dissertativo-argumentativo, em que o aluno defende um ponto de vista a partir de argumentos, a redação da segunda fase da Fuvest poderá agora cobrar outros gêneros textuais, como cartas e crônicas.

O novo formato repete o modelo já aplicado no vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Neste ano, por exemplo, a prova da Unicamp propôs que os candidatos escolhessem entre escrever um projeto de lei ou um comunicado à comunidade escolar.

Mônaco explica que a mudança na Fuvest não significa necessariamente que o gênero dissertativo-argumentativo seja excluído do vestibular para sempre.

“Se eu tivesse que fazer uma aposta, eu diria que talvez a banca ainda mantenha o modelo de dissertação por mais um tempo, mas pode ser que no próximo ano eles mudem. [A novidade é que] deixou de ser algo travado, como era”, conta.

Novas disciplinas

A partir de 2025, as provas também passarão a contar com questões sobre filosofia, sociologia, educação física e artes. As quatro disciplinas já apareciam de forma indireta no vestibular, em perguntas interpretativas, mas agora farão parte do rol de conteúdos específicos exigidos dos estudantes.

Com isso, os candidatos poderão se deparar com questões sobre indústria cultural e a história da arte, trabalhados nas aulas de Sociologia e Artes, por exemplo.

Interdisciplinaridade

Assim como o Enem, a Fuvest passa agora a ser dividida nas quatro áreas do conhecimento estipuladas pela BNCC: Linguagens e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; e Matemática e suas Tecnologias.

Mônaco afirma, no entanto, que o exame não ficará parecido com o Enem: “Não é essa a nossa intenção”.

“O Enem se divide nessas quatro grandes áreas do conhecimento não é porque ele queira, é porque a Base Nacional Comum Curricular determina que sejam essas quatro grandes áreas. O que estamos fazendo é nos adaptar, correndo atrás de um prejuízo por não ter sido feita a adequação do currículo da Fuvest à BNCC.”

Um dos objetivos com a mudança é que a prova se torne mais interdisciplinar, propondo que o estudante faça conexões entre diferentes áreas do conhecimento.

Conhecida pela pecha de conteudista, a Fuvest deve, no entanto, manter a característica de questões específicas sobre as disciplinas, contextualizadas em problemas da sociedade, segundo Mônaco.

“A Fuvest quer que o estudante saiba aplicar o conteúdo que ele aprendeu em sala de aula a partir das habilidades que ele desenvolveu e da competência que ele adquiriu.”

Estrutura da prova

Apesar das mudanças no vestibular, a estrutura da prova continuará a mesma. Desta forma estão mantidas as 90 questões de alternativa na primeira fase, e o modelo atual da segunda fase, com redação e 10 questões dissertativas de Língua Portuguesa no primeiro dia, e 12 questões dissertativas específicas no segundo dia.

Novas obras literárias

Além das novidades anunciadas nesta semana, o vestibular da Fuvest para o próximo ano contará também com mudanças nas obras literárias exigidas. A nova lista de leituras obrigatórias será composta somente de autoras mulheres, entre escritoras brasileiras e estrangeiras de língua portuguesa.

Para o próximo ano, os estudantes terão que ler:

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Julia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

A exclusividade de autoras mulheres na lista deve seguir até a edição do vestibular para 2028, com algumas alterações entre as escritoras. Mônaco explica que o movimento busca dar destaque para mulheres que foram invisibilizadas ao longo do tempo.

“É muito importante que candidatos e candidatas conheçam autoras de língua portuguesa. Isso não diminui qualquer autor que tenha ficado de fora da lista, mas é uma abertura de um espaço importante para as escritoras que ficaram em segundo plano por muitos e muitos anos e que têm muita qualidade na sua escrita e na construção literária”, afirma.

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