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Mudança de endereço da Cracolândia foi resposta a protestos, diz GCM

Guarda civis metropolitanos ouvidos pelo Metrópoles afirmam que haverá policiamento 24 horas por dia para manter “fluxo” em novo ponto

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Foto colorida mostra usuários de drogas da Cracolândia concentrados sob escolta da GCM
1 de 1 Foto colorida mostra usuários de drogas da Cracolândia concentrados sob escolta da GCM - Foto: Renan Porto/Metrópoles

São Paulo – A transferência dos usuários de drogas da Cracolândia para o cruzamento entre a Rua dos Gusmões e a Rua dos Protestantes, no centro de São Paulo, foi uma resposta à manifestação realizada por comerciantes da Santa Ifigênia na semana passada, de acordo com guardas civis metropolitanos ouvidos pelo Metrópoles. O deslocamento ocorreu na tarde desse domingo (13/8).

Originalmente, os dependentes químicos estavam concentrados na outra extremidade da Rua dos Gusmões, no cruzamento com a Avenida Rio Branco, a cinco quadras de distância do novo ponto

Na manhã desta segunda-feira (14/8), a GCM cercou o novo local designado para a Cracolândia, tentando evitar a dispersão dos usuários. Segundo o inspetor de divisão Marcos Antônio Gomes, a transferência foi uma determinação do comando da GCM.

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“Como houve esse movimento de lojistas na semana passada, a ideia é fazer com que eles permaneçam aqui na Rua dos Protestantes por enquanto. Essa foi uma determinação do Comando da GCM”, diz ele ao Metrópoles.

Segundo o guarda, haverá policiamento 24 horas por dia para evitar que a Cracolândia volte a sua disposição anterior.

Em 8 de junho, a prefeitura de São Paulo tentou transferir os usuários de drogas concentrados no centro para a região do Bom Retiro. Eles foram deslocados até a “Ponte Estaiadinha”, na Marginal Tietê, mas retornaram poucas horas depois. O governador do estado, Tarcísio de Freitas, cogitou, em 18 de junho, a possibilidade de deslocar os moradores da Cracolândia para o Complexo Prates, também no Bom Retiro, mas voltou atrás.

Marcos Antônio Gomes afirma que, dessa vez, a transferência dos usuários ocorreu “de forma voluntária”, com apoio dos “disciplinas”, responsáveis por controlar o tráfico de drogas no local. “Eles têm os disciplinas deles. E os disciplinas concordaram em trazer eles.”

Comerciantes assustados com novos “vizinhos”

Cesar Almeida, funcionário de um hotel na Rua General Couto Magalhães, localizado a poucos metros da nova Cracolândia, afirma que a movimentação dos usuários de drogas assusta clientes. “Atrapalha muito o negócio do hotel. O pessoal que é de fora não está acostumado com essa loucura. Eles chegam, veem que é perto da Cracolândia e vão embora”, diz ele ao Metrópoles.

“Você tinha que ver a situação da rua hoje de manhãzinha. Era uma montanha de lixo, sujeira. Os garis vieram limpando”, completa.

Cesar afirma que, na semana passada, foi roubado na região. Segundo ele, agora a situação tende a piorar.

“É complicado, porque os guardas não conseguem mantê-los só num ponto, os usuários andam por toda a região. Semana passada eu mesmo fui roubado. Eram umas 14h. Eles me prensaram na parede e falaram: ‘Não se mexe senão vamos te furar’. Eu dei celular e dinheiro. Não vou pagar para ver, né?”

O funcionário de uma loja na Rua dos Gusmões, que preferiu não se identificar, diz que tem que passar pelo epicentro da Cracolândia todos os dias. O “segredo”, segundo ele, é fingir naturalidade.

“Tem que passar como se fosse o dono do lugar. Não pode ter medo, senão eles vão para cima. São iguais bicho. Se você passa com naturalidade, eles acham que você está indo comprar droga e não fazem nada”, afirma.

“Se você for direto, eles não mexem com a gente. Não adianta mudá-los de lugar, eles sempre vão e voltam”, diz uma outra funcionária.

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