MPSP recorre para manter ação que investiga Arautos do Evangelho
Ação que investiga Arautos do Evangelho por denúncias de tortura e assédio foi extinta na semana passada. MPSP quer assumir o processo
atualizado
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São Paulo — O Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentou um recurso nessa terça-feira (30/7) pedindo para assumir a autoria de uma ação civil pública contra o Arautos do Evangelho, grupo religioso envolvido em denúncias como tortura e assédio a jovens.
Na semana passada, a Justiça paulista extinguiu uma ação movida pela Defensoria Pública do estado para apurar denúncias contra o grupo católico.
Na sentença, a juíza Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa, da Vara da Infância e Juventude, entendeu que a Defensoria não poderia ter proposto a ação civil nos termos em que o fez, já que o órgão não teria legitimidade jurídica para isso.
A promotora Sandra Massud, no entanto, argumenta que a sentença de extinção foi omissa e pede que o MPSP assuma a ação.
Denúncias de tortura e assédio
Em 2019, o Metrópoles publicou uma reportagem especial denunciando abusos físicos e psicológicos contra crianças e adolescentes que estudavam nos colégios do Arautos do Evangelho.
O grupo passou a ser investigado pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública do estado e recebeu orientação do Vaticano para fechar as suas escolas.
Em janeiro de 2023, o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou que os internatos do Arautos do Evangelho voltassem a receber alunos. Na decisão, o desembargador Sulaiman Miguel, relator do caso, argumentou que não caberia à Justiça interferir em objeto “de livre escolha dos pais e dos alunos”.