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MPSP recebe vídeos de câmeras acopladas a fardas de PMs da Operação Escudo

Procuradoria-Geral de Justiça já designou promotores que ficarão responsáveis por analisar imagens de câmeras das fardas dos policiais

atualizado

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Renan Porto/Metrópoles
Foto colorida mostra farda de policial militar da Rocam com câmera acoplada.
1 de 1 Foto colorida mostra farda de policial militar da Rocam com câmera acoplada. - Foto: Renan Porto/Metrópoles

São Paulo – O Ministério Público de São Paulo afirma que já começou a receber as imagens das câmeras acopladas às fardas (bodycams) dos policiais militares que atuam na Operação Escudo, na Baixada Santista. Os promotores responsáveis pelo caso aguardam o envio de outros dados solicitados à Polícia Militar.

Desde o início da operação, em 27 de julho, ao menos 16 pessoas morreram em intervenções policiais, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública. Moradores de comunidades do Guarujá e de Santos relatam episódios de violência por parte dos agentes de segurança e afirmam que inocentes foram mortos.

“O MPSP informa que, diferentemente do que vem sendo noticiado de forma equivocada por alguns veículos de comunicação, já começou a receber as imagens das câmeras corporais dos agentes que atuaram no âmbito da Operação Escudo”, afirma o MPSP em nota divulgada nesse domingo (6/8).

De acordo com o órgão, a Procuradoria-Geral de Justiça já designou os promotores que serão responsáveis por apurar as ações dos policiais militares.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, negou que tenha havido excesso durante a Operação Escudo. Segundo ele, as necrópsias não apontam para tortura.

“Não passa de narrativa. Essas narrativas de que houve tortura, que foram executados. Em todos os exames do Instituto Médico Legal, as necrópsias não apontam nenhum sinal de violência, muito menos de tortura. É um documento oficial”, disse ele em discussão durante a CPI do MST.

Queda na letalidade após implementação de câmeras

Os policiais militares da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) começaram a usar câmeras corporais nas fardas em junho de 2021, medida contestada por deputados da chamada bancada da bala e ex-integrantes da tropa em São Paulo, mas vista por especialistas em segurança pública como fundamental para ajudar a combater execuções e arbitrariedades.

No período pré-pandemia, no primeiro semestre de 2019, ainda sem câmeras, o Comando de Policiamento de Choque (CPChoq), do qual a Rota é o braço mais letal — e praticamente o único de seus quatro batalhões a entrar em supostos confrontos regularmente —, matou 67 pessoas em serviço. No mesmo período de 2023, já com as câmeras no uniforme, foram 23 mortos —queda de 65,7%.

O uso ou não de câmeras, entretanto, parece não ser o suficiente para determinar, por si só, a redução na letalidade, apesar de fator relevante. O início deste ano tem sido um exemplo dessa constatação.

No primeiro semestre de 2022, ainda durante a gestão João Doria/Rodrigo Garcia (PSDB), foram 11 mortos. Já nos primeiros seis meses do governo estadual sob o comando do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 23, o comando de policiamento do qual a Rota faz parte viu mais que dobrar o número de mortos em supostos confrontos (109% a mais).

Ainda não constam nas estatísticas as ocorrências registradas entre o fim de julho e agora, na Operação Escudo, deflagrada após o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis e que já conta com 16 mortes.

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