MPSP pede quebra de sigilo bancário de motorista de Porsche
Promotora quer acesso a dados do cartão de crédito do motorista do Porsche, Fernando Filho, para investigar o pagamento de bebida alcoólica
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — O Ministério Público de São Paulo (MPSP) divulgou nesta terça-feira (23/4) que solicitou a quebra do sigilo de dados de cartões de crédito de Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos. O empresário é o motorista do Porsche que bateu contra o carro do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, no dia 31 de março, na avenida Salim Farah Maluf, na zona sul de São Paulo.
Ornaldo morreu depois de ser levado para o hospital. O carona do Porsche, Marcus Vinicius Machado Rocha, ficou gravemente ferido.
O caso está sob segredo de Justiça.
A promotora Monique Ratton pediu acesso às informações para investigar a titularidade dos meios de pagamento usados no eventual consumo de bebidas alcoólicas antes do acidente. A quebra de dados deve ser estendida a terceiros caso os cartões utilizados para quitar a conta no bar frequentado por Fernando, a namorada e um casal de amigos no dia do acidente pertençam a outras pessoas.
A comanda do restaurante em que os quatro estiveram aponta que o grupo consumiu bebidas alcoólicas horas antes do acidente.
A oitiva de testemunhas, como os atendentes do bar de onde saíram os envolvidos, também foi solicitada pelo Ministério Público.
O MPSP também requereu as imagens das câmeras corporais do policiais militares que atuaram na ocorrência, bem como a realização, pelo Instituto de Criminalística, de perícia por meio de scanner digital e reprodução simulada dos fatos em 3D.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que a simulação foi agendada “para os próximos dias”.
As imagens das câmeras corporais dos PMs que atuaram na ocorrência foram entregues, nesta terça-feira, à Polícia Civil.
Falha de procedimento
A SSP afirma que a partir da análise das imagens de câmeras corporais, foi possível concluir que houve “falha de procedimento” dos policiais que atenderam a ocorrência por não terem submetido o motorista do Porsche ao teste do bafômetro.
Fernando Sastre Filho foi retirado do local do acidente pela mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, de 45 anos. Ela afirmou a policiais que atendiam à ocorrência que levaria o filho para um hospital da região. Os PMs, no entanto, não encontraram registro de entrada do motorista na unidade hospitalar.
O acidente ocorreu no dia 31 de março. Fernando só se apresentou na delegacia mais de 36 horas depois. Daniela Andrade foi indiciada por fraude processual, por ter inviabilizado que seu filho fosse submetido a exames toxicológicos.
A SSP abriu um procedimento para a responsabilização dos policiais. Os laudos da perícia e as imagens das câmeras corporais também foram entregues à Polícia Civil.