MPSP pede que Anna Jatobá volte para cadeia: “Comportamento agressivo”
MPSP entrou com recurso contra decisão de soltar Anna Jatobá, condenada a 24 anos de prisão pela morte da enteada Isabella Nardoni
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – O Ministério Público de São Paulo (MPSP) pediu à Justiça na quarta-feira (30/8) que Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, condenada pela morte de Isabella Nardoni, assassinada aos 5 anos, volte a cumprir pena no regime semiaberto.
Anna Jatobá foi presa em 2008 e acabou sentenciada a 24 anos, 4 meses e 26 dias de prisão, em regime inicial fechado, por homicídio qualificado. Com previsão de só terminar de cumprir a pena em outubro de 2032, a madrasta de Isabella Nardoni foi solta em junho de 2023, para cumprir pena em regime aberto. O pai da criança, Alexandre Nardoni, segue detido em São Paulo.
No recurso para tentar reverter a decisão, o promotor Thiago Tavares Simoni Aily afirma que Anna Jatobá não estaria apta a conviver em sociedade, porque “sofre intensa pressão de seus impulsos primários” e “tende a reagir aos estímulos momentâneos, o que pode ocasionar comportamentos mais impulsivos”.
Segundo o MPSP, a análise seria resultado de um Teste Projetivo de Rorschach, que faz avaliação do perfil psicológico. “Os resultados desta avaliação apontam para uma personalidade imatura acompanhada por conflitos de natureza afetiva e descontrole dos impulsos, que provocam oscilações do humor.”
“Holofotes”
Também de acordo com o promotor, o perfil de Anna Jatobá pode favorecer “reações mais intensas”, com “mudanças intempestivas de humor, labilidade dos sentimentos, baixa tolerância à frustração e agressividade”.
“No caso em tela, a agravada cumpre pena pela prática de homicídio contra uma criança, delito hediondo, e não mostrou arrependimento, não havendo nada que revele em concreto que sua periculosidade cessou para que possa vivenciar um regime mais brando.”
O pedido ainda não foi julgado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Em nota, o advogado Roberto Podval, que representa Anna Jatobá, criticou o recurso do MPSP.
“A História já demonstrou que tratar os casos midiáticos de forma diferente dos demais não enaltece o promotor e não nos leva à Justiça. Uma pena que alguns ainda se deixem levar pelos holofotes”, afirma.