MPSP pede arquivamento de investigação contra ex-aluna do Mackenzie por apropriação indébita
MPSP avaliou que o suposto delito é “duvidoso”; ex-aluna foi denunciada pelos colegas por manter dinheiro da Atlética em conta pessoal
atualizado
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São Paulo – O Ministério Público de São Paulo (MPSP) solicitou o arquivamento da investigação criminal contra a ex-aluna da Universidade Presbiteriana Mackenzie que foi denunciada pelos colegas por “apropriação indébita”.
Em nota divulgada nesta terça-feira (22/8), o MPSP afirma que não ficou demonstrado “o dolo necessário à configuração do delito”. Segundo o órgão, a estudante chegou a ingressar com uma ação na Justiça para fazer um depósito à Atlética Arquitetura Mackenzie, o que tornaria o crime por apropriação indébita “duvidoso”.
A ação citada pelo MPSP, no valor de R$ 44 mil, foi ajuizada pela estudante em agosto, depois que ela já tinha sido denunciada à Polícia pelos colegas. O grupo de alunos acusa a jovem de manter parte do caixa da Atlética e do campeonato “InterFau” em suas contas pessoais.
A ex-aluna foi tesoureira da entidade e dos jogos universitários durante o ano de 2022. Ela confessa ter utilizado a conta pessoal para depósitos, mas diz que o intuito foi o de “economizar taxas bancárias” e evitar pagamentos em dinheiro vivo.
Em nota, a advogada que defende o grupo de estudantes, Simone Haidamus, afirma que as Atléticas do InterFau receberam “com surpresa” o pedido de arquivamento do MP, mas respeitam o posicionamento. As entidades dizem não ter conhecido formal da ação citada pelo MPSP.
A advogada dos estudantes destaca que a jovem só ingressou com a ação para depositar valores em juízo depois da divulgação do caso pela imprensa. “A estratégia adotada pela defesa da aluna foi justamente direcionar a discussão para a esfera civil, alegando que sempre quis devolver o dinheiro, mas havia recusa das Atléticas em recebê-lo”, diz Simone em nota.
Ela afirma ainda que a jovem foi notificada em abril para que fizesse o pagamento dos valores devidos.
O Metrópoles tentou contato com a defesa da ex-aluna para comentar a decisão do MPSP, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
Valor da dívida
Os dois lados da briga judicial divergem sobre o valor da dívida da estudante. A presidente atual da Atlética, Alessandra Rosa Marques, diz que mais de R$ 60 mil do InterFau teriam sido depositados na conta da ex-tesoureira, mas a ela afirma ter recebido cerca de R$ 40 mil.
Segundo a Atlética, os jogos universitários deste ano serão realizados com metade do valor esperado por causa do problema.
“Para se ter uma ideia, na última Interfau, a organização tinha R$ 120 mil para realizar o evento. Agora, R$ 60 mil. É metade, porque estão faltando justamente os R$ 62,5 mil que ela desviou”, disse a advogada Simone Haidamus ao Metrópoles em julho.