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MPSP abre investigação para caso de homem jogado de ponte por PM em SP

MPSP também quer que a Polícia Civil encaminhe, em 24 horas, cópia do boletim de ocorrência dos fatos e das requisições de todas as perícias

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1 de 1 homem jogado ponte 3 - Foto: Reprodução/ Redes Sociais

São Paulo — O Ministério Público de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial, abriu investigação nessa terça-feira (3/12) para apurar o caso do homem rendido que foi arremessado de uma ponte por um policial militar durante uma abordagem em Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, na madrugada da última segunda-feira (2/12).

Os promotores também pediram que a Polícia Civil encaminhe, em 24 horas, uma cópia do boletim de ocorrência dos fatos e das requisições de todas as perícias solicitadas.

O MPSP também requisitou à Corregedoria da Polícia Militar que informe, em cinco dias, sobre a instauração do Inquérito Policial Militar e o afastamento dos envolvidos.

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A SSP afastou treze policiais militares envolvidos no caso em que um agente jogou um homem de uma ponte na zona sul de SP

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O Gaesp recomendou ainda ao comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cássio Araújo de Freitas, que determine, no prazo de 10 dias, que a Polícia Militar “aplique integralmente e com eficiência os procedimentos operacionais e as normativas existentes sobre abordagens policiais, visando a redução dos casos de erros, abusos e, por consequência, de letalidade policial durante tais intercorrências”.

Em outro documento, o MPSP recomenda à PM a utilização de câmeras corporais em todas as operações policiais, implementando “mecanismos eficazes de fiscalização para garantir o cumprimento da obrigação de uso de câmeras corporais e sua ativação no momento determinado”.

Jovem foi arremessado de ponte por PM

Na madrugada da última segunda-feira (2/12), um policial militar arremessou um homem rendido do alto de uma ponte para dentro de um córrego em Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo. Amplamente criticada por vários setores da sociedade, inclusive pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pelo secretário da Segurança Pública do estado (SSP), Guilherme Derrite, a ocorrência motivou o afastamento de 13 PMs envolvidos na ação.

Um vídeo flagrou o momento da abordagem (assista abaixo). Nas imagens, é possível ver três agentes da PM na ponte. Um deles levanta uma moto do chão e a encosta na mureta. Um quarto policial aparece segurando pelas costas um homem vestido com camiseta azul. Em questão de segundos, o militar levanta o homem pelas pernas e o joga do alto da ponte, sob a qual passa um córrego.

Assista:

Segundo moradores ouvidos pelo Metrópoles, o rapaz, que teria 25 anos de idade, saiu andando após ser arremessado da ponte, que tem cerca de três metros de altura.

O que se sabe sobre o caso

Os agentes envolvidos na ação são do 24º Batalhão da Polícia Militar (PM) de Diadema, na Grande São Paulo, e teriam perseguido a moto em que a vítima estava até Cidade Ademar, na zona sul da capital. Na região, acontecia um baile funk. Os PMs estavam usando câmeras corporais durante a ocorrência.

O policial que jogou o homem é da Ronda Ostensiva com Apoio de Motos (Rocam). De acordo com as primeiras informações da investigação da Corregedoria da PM, trata-se do soldado de primeira classe Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos. Ele foi um dos 13 afastados por envolvimento no caso.

Pereira prestou depoimento, na tarde dessa terça-feira (3/12), na Corregedoria. Outros policiais militares devem ser ouvidos nos próximos dias. Questionada pelo Metrópoles, a defesa do soldado disse estar ciente da acusação de que ele foi o responsável por atirar o suspeito da ponte na madrugada de segunda, mas que, a pedido do próprio policial, não vai se manifestar.

No registro interno da PM sobre a ocorrência, os policiais omitiram a informação de que um homem havia sido jogado de uma ponte.

Segundo o documento, obtido pelo Metrópoles, os policiais dizem apenas que perseguiram suspeitos em motos até chegarem a um baile funk, cujo fluxo teria se dispersado após o surgimento da equipe policial. No momento da confusão, um homem teria sido ferido com um tiro. A origem do disparo não foi especificada.

Eles afirmam que levaram o caso ao 26º Distrito Policial da capital, no Sacomã, mas o registro civil da ocorrência teria sido “dispensado”.

Somente após o comando do 3º Batalhão da Polícia Militar (PM) ficar ciente de um vídeo, feito com celular — no qual um soldado da Rocam aparece jogando o homem da ponte —, é que o caso foi formalizado e um inquérito acabou instaurado pela corporação.

Moradores das proximidades da Rua Padre Antônio Gouveia afirmam que o homem arremessado pelo policial militar estava com a cabeça bastante machucada, mas saiu caminhando de dentro do Córrego do Cordeiro, após a queda de cerca de três metros.

O governador Tarcísio de Freitas afirmou, por meio da rede social X, que o caso será investigado e rigorosamente punido. “A Polícia Militar de São Paulo é uma instituição que preza, acima de tudo, pelo seu profissionalismo na hora de proteger as pessoas. [O] policial está na rua para enfrentar o crime e para fazer com que as pessoas se sintam seguras. Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda”, disse.

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, divulgou um vídeo em que condena a conduta do policial que arremessou o homem da ponte, além de ter determinado o afastamento dos agentes envolvidos. “Não vamos tolerar nenhum tipo de desvio de conduta de nenhum policial no Estado de São Paulo”, frisou.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que a PM instaurou inquérito policial militar para apurar os fatos e responsabilizar os envolvidos.

Já o procurador-geral de Justiça de SP, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, afirmou, também por meio de nota, que as imagens do PM arremessando o jovem da ponte são “estarrecedoras” e “absolutamente inadmissíveis”.

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