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MPSP diz que empresa ligada ao PCC fraudou 13 licitações no litoral

Investigação do MPSP afirma que Transwolff, suspeita de elo com o PCC, atuou para entrar no sistema de ônibus de cidades do Vale do Ribeira

atualizado

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Jéssica Bernardo/Metrópoles
foto colorida de ônibus da Transwolff circulam normalmente no dia em que MPSP faz operação da empresa por suspeita de ligação com o PCC; na imagem, ônibus da empresa no Terminal Santo Amaro - Metrópoles
1 de 1 foto colorida de ônibus da Transwolff circulam normalmente no dia em que MPSP faz operação da empresa por suspeita de ligação com o PCC; na imagem, ônibus da empresa no Terminal Santo Amaro - Metrópoles - Foto: Jéssica Bernardo/Metrópoles

São Paulo — Acusada de integrar um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), a empresa de ônibus Transwolff, que opera linhas na zona sul da capital paulista, atuou para entrar no sistema de transporte coletivo em outras duas cidades do litoral do estado.

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), entre 2016 e 2018, a viação fraudou ao menos 13 licitações do setor nas cidades de Cananéia e Iguape, na região do Vale do Ribeira, litoral sul do estado.

De acordo com denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, os empresários de ônibus, ex-perueiros que atuavam na zona sul paulistana, usaram nomes de laranjas tanto para simular competições quanto para assinar contratos com os dois municípios.

Uma das maiores empresas de ônibus da capital e detentora do controle de algumas das principais vitrines da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), como o Aquático e o ônibus elétrico, a Transwolff tem como presidente Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, e, como representantes legais, Cícero de Oliveira e Moisés Gomes Pinto, todos alvo da Operação Fim da Linha, deflagrada na última terça-feira (9/4).

Dados da quebra do sigilo telemático (e-mails e celulares) dos investigados mostram, segundo os promotores, que a Demark, empresa de contabilidade da Transwolff, tinha aberto outras cinco empresas de transporte de fachada, em nome de funcionários da própria viação. Foram essas empresas que tentaram entrar no serviço de transporte das duas cidades do litoral.

Os sócios da Demark fazem parte do rol de 19 investigados da Operação Fim da Linha ligados à Transwolff. A operação também mirou outra empresa de ônibus da capital, a UPBus, que atua na zona leste. Desde que a operação foi deflagrada, as duas empresas da capital estão sob intervenção da Prefeitura.

No caso das licitações de Cananéia e Iguape, a denúncia do MPSP não traz informações sobre a eventual participação de agente público para ajudar no esquema. A denúncia, contudo, fala em “sinal inconteste de fraude em licitação”.

O MPSP também rastreou notas fiscais eletrônicas emitidas pelas cinco empresas de fachada ligadas ao grupo que controla a Transwolff e constatou que elas foram emitidas no mesmo computador, de acordo com a denúncia.

O dinheiro que permitiu à Transwolff se capitalizar e disputar licitações na capital, dando fôlego à empresa, veio do tráfico de drogas feito pelo PCC, segundo os investigadores.

O Metrópoles não localizou advogados dos representantes da Transwolff citados na denúncia. A reportagem também não conseguiu contato com as prefeituras de Iguape e Cananéia para comentar o caso. O espaço segue aberto a manifestações.

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