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MPSP desiste de investigar jornalista por matéria citando Tarcísio

Promotoria desistiu de investigar jornalista da Folha de S. Paulo por matéria de 2022 sobre tiroteio ocorrido durante campanha de Tarcísio

atualizado

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Imagem colorida de promotor Fabiano Augusto Petean. Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de promotor Fabiano Augusto Petean. Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo — O Ministério Público (MPSP) pediu na última terça-feira (16/7) o encerramento do inquérito que denunciava os jornalistas Artur Rodrigues, do Jornal Folha de S. Paulo, e Joaquim Carvalho, do portal Brasil 247, por trechos em reportagens sobre o tiroteio ocorrido durante a campanha de Tarcísio de Freitas, então candidato ao governo paulista, em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.

O pedido, obtido pelo Metrópoles, diz que “toda a atividade de investigação já foi esgotada”.

A decisão da promotoria partiu após a Justiça Eleitoral do estado rejeitar a denúncia apresentada em março. O documento diz que o TRE já interpretou que o comportamento dos jornalistas se tornou apenas liberdade de expressão.

Por fim, o promotor Fabiano Augusto Petean, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo afirma:

“Com o esgotamento das atividades de investigação e com a interpretação já mencionada pelo TRE do mérito da demanda, não há justa causa para o início de novas investigações (diante da ausência de fato novo) quanto aos presentes fatos”.

O mesmo promotor foi quem abriu a investigação em março com base em uma representação feita por um advogado de um candidato do Podemos, que acusou Tarcísio e seu staff de forjarem um atentado durante a agenda da campanha, em outubro de 2022.

Nela, Petean diz que os jornalistas “divulgaram reportagens discrepantes da realidade (e que sabiam inverídicas)” e apontaram a “participação de pessoas integrantes da equipe de Tarcísio na troca de tiros”.

O promotor atribuiu aos jornalistas o possível cometimento de crime previsto artigo 323 do Código Eleitoral, que consiste em divulgar, durante período eleitoral, “fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o eleitorado”.

Segundo Petean, os denunciados “afirmaram que o candidato e membros de sua equipe teriam ordenado ao cinegrafista Marcos Andrade a indevida supressão de imagens captadas durante o tiroteio, uma vez que tais imagens teriam registrado um segurança do candidato efetuando disparos de arma de fogo, possivelmente para simular um ‘atentado fraudulento’ a Tarcísio”.

A denúncia não citou nenhum trecho da reportagem publicada por Artur Rodrigues na Folha, que não apontou a participação de pessoas da equipe de Tarcísio na troca de tiros. À época, o jornal também não fez qualquer menção a “atentado fraudulento” ao então candidato ao governo de São Paulo.

Na denúncia, o promotor cita um trecho do depoimento do cinegrafista em que ele nega ter afirmado que havia uma farsa para beneficiar a campanha de Tarcísio. O depoimento é mencionado por Petean para sustentar a afirmação de que ficou “amplamente demonstrado que os fatos reportados nas matérias não correspondem ao que ocorreu”.

O depoimento do cinegrafista, contudo, não contradisse o foi publicado na reportagem da Folha. A apuração da reportagem foi corroborada por uma declaração de Tarcísio, no mesmo texto, de que sua equipe, de fato, pediu para o cinegrafista “não enviar parte do vídeo para não expor as pessoas que estavam lá”.

O próprio Tarcísio disse, na mesma reportagem, que “bandidos notaram” a presença da campanha “ali desde cedo”. “[Homens em] Motocicletas filmaram a nossa equipe, fizeram perguntas e voltaram armados. Não foi algo corriqueiro. Foi um tiroteio enquanto estávamos lá”, afirmou o atual governador na ocasião.

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