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MPSP denuncia donos de escola por tortura e manda investigar duas funcionárias

Segundo MPSP, donos da escola Pequiá, na zona sul de SP, teriam praticado atos de tortura contra ao menos dez crianças; casal está preso

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Imagem colorida de criança da Escola Pequiá. Ela aparece amarrada pela roupa a um poste - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de criança da Escola Pequiá. Ela aparece amarrada pela roupa a um poste - Metrópoles - Foto: Reprodução/TV Globo

São Paulo – A promotora de Justiça Gabriela Belloni, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), denunciou os donos da escola Pequiá, na zona sul de São Paulo, por atos de tortura contra pelo menos dez crianças. Ela também pediu que duas funcionárias adolescentes sejam investigadas por suposta participação nos crimes.

A denúncia contra Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, que são proprietários da escola, foi oferecida pela 4ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital na segunda-feira (17/7). Na ocasião, o MPSP também solicitou que a prisão temporária seja convertida em preventiva. Eles estão detidos desde o dia 27 de junho.

Segundo a denúncia, o casal recebeu o apoio de duas subordinadas, ambas adolescentes, para punir as crianças que se recusavam a comer, choravam muito ou tinham comportamento tido como inadequado pelos donos da escola.

A participação dessas funcionárias deve ser apurada em um inquérito policial suplementar. As suspeitas também podem responder por omissão.

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O casal Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, dono da escola Pequia, acusado de maus-tratos contra crianças
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Denúncia

Segundo o MPSP, os alunos da Pequiá eram levados a uma sala escura, onde eram mantidos de castigo por longos períodos sem comer, beber água ou ir ao banheiro.

“Algumas crianças choravam muito e pediam para sair ou, cansadas de ficar em pé, acabavam dormindo com as cabeças encostadas na parede, exaustas”, afirma a promotora, na denúncia.

Ainda de acordo com Gabriela, os denunciados muitas vezes gritavam e eram agressivos com as crianças e as repreendiam de forma ríspida.

Outro castigo utilizado pelo grupo era amarrar a criança em um poste no pátio da escola, com as próprias roupas. As vítimas eram obrigadas a permanecer naquela posição por horas.

Ex-funcionária

O caso veio à tona após a ex-funcionária Anny Garcia Junqueira, de 18 anos, filmar e denunciar os casos. Um dos vídeos mostra a dona da escola e uma funcionária advertindo crianças com gritos e xingamentos.

Outro aluno, que fez xixi na roupa, ouve os gritos de uma funcionária na frente dos colegas. “Hoje você não fez xixi na roupa por qual motivo? Vou começar a conversar com você e gravar as suas respostas. Quando a sua mãe, seu pai ou sei lá quem vier te buscar, eu vou pegar e colocar: ‘Aqui a resposta do seu filho pra mim’”.

Em outro momento, a diretora chama a atenção de uma menina de pouco mais de 1 ano para que ela guarde os brinquedos que estão no chão. “Eram só quatro pecinhas, e já que você quer dar uma de louca, vai guardar tudo”, diz a diretora para a criança, que é vista chorando (veja um trecho abaixo).

 

Na época da prisão, a advogada Sandra Pinheiro, que defende o casal, disse que Eduardo e Andrea alegam que as cenas registradas não passaram de “brincadeira”. Segundo ela, Eduardo não via sua conduta com as crianças como tortura.

“Ele me disse que quando era criança, brincava de amarrar um ao outro pela ponta da blusa. Meu cliente falou que não via o tratamento dado aos alunos como uma questão de tortura, que ele não tinha essa visão”, disse a advogada, na ocasião.

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