MPSP denuncia deputado Da Cunha por violência doméstica e ameaça
Com a denúncia, juiz do TJSP levou o caso em que o deputado Da Cunha é acusado de agredir a esposa para o Supremo Tribunal Federal (STF)
atualizado
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São Paulo – O Ministério Público de São Paulo (MPSP) ofereceu denúncia contra o deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), conhecido como Delegado Da Cunha, pelos crimes de lesão corporal decorrente da violência doméstica, ameaça e dano qualificado.
O Delegado Da Cunha é acusado pela esposa, a nutricionista Betina Raísa Grusiecki Marques, de 28 anos, de espancá-la e bater a cabeça dela na parede até ela desmaiar, no apartamento em que o casal vivia em Santos, no litoral paulista, na noite de 14 de outubro. Ele nega o crime.
Na acusação, Betina também relata que teve o pescoço apertado pelo parlamentar, recebeu ameaças de morte e chegou a ficar desacordada. “Vou encher de tiros a sua cabeça. Vou te matar e vou matar sua mãe”, é a frase atribuída ao Delegado Da Cunha.
A denúncia do MPSP foi divulgada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Metrópoles.
STF
Com a denúncia formalizada pelo MPSP, o juiz Leonardo de Mello Gonçalves, da 2ª Vara Criminal de Santos, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), submeteu os autos ao Supremo Tribunal Federal (STF), em caráter de urgência.
O juiz quer que o Supremo analise se o caso pode ser julgado no TJSP, já que Da Cunha é um deputado federal. Para a promotoria, o parlamentar não deveria ter foro privilegiado nesse caso.
No processo, Betina é representada pela advogada Gabriela Manssur, ex-promotora do MPSP que atuou em diferentes casos em defesa de mulheres. Ela também move ação contra o empresário Thiago Brennand, que está preso acusado de diversos crimes, por calúnia.
Antes, a Justiça paulista já havia decretado medida protetiva em favor de Betina. Pela decisão, Da Cunha precisa manter uma distância mínima de 300 metros e também não pode manter contato com ela ou outras testemunhas do caso.
Defesa
Ao prestar depoimento, o Delegado Da Cunha confirmou ter ciência da medida protetiva contra ele e afirmou que, “para evitar novos conflitos”, decidiu se mudar definitivamente para a cidade de São Paulo. Ele e a vítima moravam no litoral paulista.
O deputado federal também declarou que estaria “disposto a ressarcir eventuais danos materiais causados, com relação a artigos de vestuário de Betina”.
Em nota, Da Cunha “nega veementemente que tenha agredido sua companheira”.