MPSP denuncia 8 supostos membros do PCC por morte de PM no Guarujá
Para promotor, homicídio de Luca Angerami foi praticado para assegurar impunidade do crime organizado na região
atualizado
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São Paulo — O Ministério Público de São Paulo denúnciou, na terça-feira (18/6), oito pessoas pelo envolvimento na porte do policial militar Luca Angerami, no Guarujá, litoral sul de São Paulo. Os acusados devem responder por homicídio com quatro qualificadoras, organização criminosa, tráfico de drogas, sequestro, roubo e ocultação de cadáver. O processo corre em segredo de Justiça.
Luca Angerami ficou mais de um mês desaparecido até seu corpo ser encontrado em uma cova rasa de um cemitério do Primeiro Comando da Capital (PCC), em uma área de mata no Morro da Vila Baiana, em 25 de maio. O PM havia sido visto pela última vez em uma biqueira, como são chamados os pontos de venda de drogas, na madrugada de 14 de abril.
Conforme revelado pelo Metrópoles, investigados pelo assassinato disseram à polícia que Luca Angerami teria ido ao local, na Vila Santo Antônio, para comprar cocaína, após sair de uma adega na região. Os traficantes teriam percebido que ele era policial e tomaram sua arma.
De acordo com os relatos, um traficante do Primeiro Comando da Capital (PCC) propôs liberar o policial, que teria se recusado a sair do lugar sem levar suas munições que haviam sido roubadas. Na sequência, Luca teria sido sequestrado.
Sem dar detalhes sobre a denúncia, o Ministério Público afirma que os acusados faziam parte da facção e se dedicavam a diversos ilícitos, como o tráfico de drogas.
No documento, consta que o policial passava pela biqueira de carro quando foi abordado por parte dos denunciados.
“Ao tomarem conhecimento da profissão da vítima, os homens acionaram outros integrantes do grupo criminoso. Em seguida, o PM foi mantido em cárcere e teve celular e arma de fogo subtraídos. Levada a um cemitério clandestino na Vila Baiana, a vítima foi estrangulada com uma corda. O corpo foi enterrado no local e só encontrado no mês seguinte”, diz o Ministério Público.
Freitas afirma que os denunciados mataram o policial para assegurar a execução do crime de tráfico de drogas que ocorria na região. Para o promotor, o homicídio foi praticado com as qualificadoras de meio cruel, impossibilidade de defesa e para assegurar a impunidade do crime de tráfico.
Corpo
Segundo a polícia, o corpo do PM foi encontrado com as mãos amarradas e enrolado em uma lona. Uma equipe da Seccional de Santos localizou o cadáver na Rua Gerson Maturani, na Vila Baiana.
O rosto da vítima, de acordo com policiais da Seccional que participaram da operação, estava desfigurado. Uma tatuagem no braço esquerdo teria ajudado na identificação do PM.
O desaparecimento de Luca Angerami já era tratado como homicídio. No fim de abril, o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, afirmou que o soldado foi “executado covardemente por criminosos integrantes do PCC”.
Segundo o delegado, o rapaz foi morto “simplesmente pelo fato de ser policial, e por estar no lugar errado na hora errada”.