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MPSP denuncia 21 por ligação com rede de hotéis do PCC na Cracolândia

Ao todo,19 homens e 2 mulheres foram denunciados por integrar associação criminosa que usa hotéis da Cracolândia para ações ilícitas do PCC

atualizado

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Fachada de um dos hotéis que integra a rede de exploração sexual e outras atividades ilícitas do PCC. - Metrópoles
1 de 1 Fachada de um dos hotéis que integra a rede de exploração sexual e outras atividades ilícitas do PCC. - Metrópoles - Foto: null

São Paulo — O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou 21 pessoas por associação com uma rede de exploração sexual na Cracolândia, na região central de São Paulo. O grupo estaria atuando em conjunto com o Primeiro Comando da Capital (PCC) para lucrar com atividades ilícitas em hotéis da área. Alguns dos denunciados são apontados como membros da facção.

Os 19 homens e as duas mulheres foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, associação para o tráfico de drogas, casa de prostituição e lavagem de dinheiro.

A investigação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) identificou ao menos 25 estabelecimentos que fazem parte da rede criminosa e 89 locais onde ocorre a exploração de jogos de azar.

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Conforme a denúncia, hotéis e outros imóveis da região são reiteradamente utilizados para práticas criminosas diversas, como tráfico de drogas, exploração da prostituição e associação com o crime organizado.

Além disso, os hotéis, hospedarias e pensões servem como estoque de mercadorias furtadas ou roubadas, especialmente aparelhos celulares. 

O Gaeco identificou ainda uma interligação entre vários estabelecimentos – como locais que estão inscritos com CNPJ e razão social diferentes, mas dividem o mesmo endereço – e o uso de laranjas para ocultar os verdadeiros proprietários dos locais, o que configura manobra de lavagem de dinheiro.

Os promotores de Justiça pediram a concessão de medida cautelar bloqueando as contas e suspendendo a atividade econômica praticada em 18 imóveis, incluindo hotéis, pensões, hospedarias e cortiços. Para o Gaeco, a condenação deve incluir o perdimento dessas construções em favor do Estado de São Paulo.

O funcionamento dos hotéis

Ao deflagrar a operação “Salus et Dignitas”, o Gaeco acessou o interior dos estabelecimentos e identificou a venda de óleos lubrificantes íntimos, estimulantes e remédios para disfunção erétil. 

Segundo a corporação, os andares são subdivididos em pequenos cubículos por divisórias, o que seriam quartos sem banheiro e com roupas de cama apresentando extrema falta de higiene.

Além disso, cada andar tem um pequeno bar que comercializa bebidas alcoólicas. Nesses bares, ficam as garotas de programa – algumas delas muito jovens e que fazem uso de drogas.

Os policiais também encontraram – e apreenderam – 44 cadernos com a contabilidade dos estabelecimentos, bem como máquinas de cartão, documentos de identidade, cartões de bancos diversos, computadores, porções de drogas, balança de precisão e mais R$ 41 mil em espécie, além de um extrato de registro de ponto.

Ainda segundo a denúncia, alguns dos estabelecimentos funcionavam apenas durante o dia, retirando completamente o caráter de hospedagem. Além disso, muitos dos clientes apareciam de uniforme, notadamente no horário de almoço do trabalho.

PCC se aproveitou da Cracolândia

Na denúncia, o Ministério Público afirma que “a região constitui um ecossistema de atividades economicamente ilícitas”. 

De acordo com o documento, a miséria humana e situação de desordem características da Cracolândia viraram um atrativo para traficantes. 

“Com a ascensão do Primeiro Comando da Capital (PCC), a organização criminosa enxergou, na região, um polo atrativo para domínio territorial com o escopo, primeiramente, de  fortalecer uma das atividades criminosas da facção, o tráfico de drogas interno”, diz a denúncia.

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