MPSP cobra na Justiça R$ 323 mi por atraso na entrega de trens da CPTM
Justiça aceitou ação na qual MPSP pede indenização R$ 323 milhões das fabricantes Caf e Hyundai pelos atrasos nas entregas de trens da CPTM
atualizado
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São Paulo — O juiz Evandro Carlos de Oliveira, da 7ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, mandou citar, no início deste mês, as fabricantes Caf e Hyundai na ação em que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) pede indenizações de R$ 323 milhões pelos atrasos nas entregas de 65 trens da CPTM.
Na ação civil pública proposta no fim de setembro, o promotor Silvio Marques afirma que a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos teve prejuízos com a demora nas entregas dos trens, comprados em 2013 por cerca de R$ 1,8 bilhão.
Em 2016, segundo o MPSP, o então presidente da CPTM, Paulo de Magalhães Bento Gonçalves confirmou que após o término do prazo contratual a Caf só havia entregue nove dos 35 trens previstos e a Hyundai apenas um dos 30 veículos.
Ainda de acordo com a Promotoria do Patrimônio Público e Social, “todos os trens, sem exceção, revelaram graves problemas técnicos já durante os testes preliminares”, o que teria impedido o seu imediato recebimento e o início das operações.
“Como se isso não bastasse, ao finalmente entrar em operação, os trens da Caf e da Hyundai incorreram em sucessivas falhas técnicas que, como ressaltado pela própria CPTM, geraram ‘o aumento do intervalo de tempo entre os trens e a consequente superlotação nas estações e nos trens'”, diz o promotor.
Segundo o MPSP, os prejuízos materiais apurados ocorreram com a não arrecadação de passagens, com a demora na alienação dos trens antigos e com a compra de material sobressalente para a frota antiga. Tanto a Caf quanto a Hyundai ainda não se manifestaram no processo.