Justiça arquiva caso Dimas após MPSP concluir que não houve crime
Segundo o MPSP, não há indícios que o jogador Dimas Cândido tenha tentado ou assumido o risco de matar Lívia Gabriele em janeiro deste ano
atualizado
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São Paulo — O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou o arquivamento do inquérito que investigava a morte da jovem Livia Gabriele da Silva Matos, de 19 anos, após um encontro com o jogador de futebol do sub-20 do Corinthians Dimas Cândido de Oliveira, de 18. A decisão judicial foi tomada após parecer favorável, emitido pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), na última quarta-feira (23/10).
Lívia morreu no dia 30 de janeiro deste ano, por conta de um sangramento vaginal, ocorrido durante um relação sexual com o jogador. A jovem teve quatro paradas cardíacas.
Segundo o inquérito obtido pelo Metrópoles, o MPSP entendeu que, após as investigações, não existem evidências que permitam “concluir pela existência de crime doloso contra a vida de Lívia”.
O documento afirmou que não há indícios de que Dimas tenha tentado ou assumido o risco de matar a jovem. Além disso, cita que não há elementos que mostram um nível de descompromisso de Dimas para com Lívia, visto que o jogador inclusive tentou evitar o sangramento vaginal que resultou na morte da jovem, acionando o socorro e colaborando com os socorristas desde o primeiro momento, quando seguiu instruções pelo telefone, antes da chegada das equipes e a acompanhou até o hospital.
A investigação destacou ainda que a sequência de eventos que resultou na morte da vítima foi específica e peculiar.
Diante disso, o promotor de Justiça Leonardo Dantas Costa arquivou o inquérito policial. De acordo com o promotor, a família da vítima deve ser avisada da decisão da investigação.
O advogado Tiago Lenoir, que representou o jogador, disse que todo o suporte necessário foi oferecido e que, após extensa análise de provas, depoimentos e laudos periciais, o “Ministério Público reconheceu a inexistência de qualquer indício de crime doloso contra a vida”.
“A fatalidade foi definitivamente demonstrada, e o arquivamento do inquérito se fez necessário para que a justiça fosse cumprida”, complementou a nota enviada pelo advogado.
Caso Dimas
Lívia morreu no dia 30 de janeiro deste ano, durante um encontro com Dimas, no apartamento do jogador na zona leste de São Paulo. Os dois se encontravam pela primeira vez, após mensagens trocadas pelas redes sociais.
Dimas foi receber a jovem na portaria do condomínio e a levou até o apartamento. Câmeras registram os movimentos (veja acima).
Os dois estariam em uma relação sexual quando Dimas percebeu que Lívia havia desmaiado. Na sequência, ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e seguiu as orientações de socorristas, pelo telefone, enquanto as equipes não chegavam no local. Dimas fazia massagens cardíacas, quando percebeu um sangramento vaginal.
Em depoimento, a médica do Samu afirmou que, no apartamento, encontrou Dimas fazendo a massagem cardíaca enquanto falava com um atendente do 192. A partir daí, a sua equipe assumiu o atendimento.
Lívia foi atendida, mas morreu após sofrer quatro paradas cardíacas.
O que dizem os laudos
De acordo com os laudos, Livia não sofreu violência. Também não havia sêmen em seu corpo, o que confirma a versão de Dimas de que os dois fizeram sexo com camisinha. Não havia vestígios de álcool ou drogas no corpo da vítima.
O inquérito policial mostra que a lesão interna que levou a morte da jovem teria sido causada por agente contundente, que, “diante dos elementos dos autos, pode ter sido o pênis de seu parceiro sexual”