MPSP apura se Nunes superfaturou compra de armadilhas para mosquito
Prefeito Ricardo Nunes e secretário da Saúde de SP, Luiz Zamarco, são acusados de comprar armadilha 40 vezes mais cara que versão da Fiocruz
atualizado
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São Paulo – O Ministério Público de São Paulo (MPSP) abriu inquérito civil para apurar uma acusação de suposta improbidade administrativa contra o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB – foto em destaque), e o secretário de Saúde da cidade, Luiz Carlos Zamarco.
O inquérito tem como foco um contrato para compra de armadilhas de autodisseminação de inseticidas contra o mosquito transmissor da dengue e de outras viroses, o Aedes aegypti. O MPSP apura se houve superfaturamento no negócio.
Em março de 2023, a prefeitura comprou, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, 20 mil unidades da armadilha, fornecida pela empresa Biovec Comércio de Sanenates, a R$ 400 cada.
A empresa Biovec Comércio de Sanenates também se tornou alvo da investigação. Na denúncia, apresentada ao MPSP pelo vereador Toninho Vespoli (Psol), há informação de que a unidade de uma versão similar da armadilha, desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), custa R$ 10.
No documento que determinou a abertura do inquérito civil, o promotor de Justiça Paulo Destro destacou: “Evidenciado o interesse público, o aprofundamento da investigação é imprescindível para apurar possível prejuízo ao erário e a violação de princípios constitucionais da administração pública, como a legalidade e a transparência”.
O vereador Toninho Vespoli comentou a abertura do inquérito. “Espero que resulte na recuperação desses valores para o município e na responsabilização dos gestores públicos”, afirmou. “O prefeito, que goza de um dos maiores caixas da história da cidade, é, também, o gestor que pode estar lesando sobremaneira o município.”