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MPSP apontou ligação de dono de clínica usada contra Boulos com o PCC

Dono de clínica responsável por falso laudo de cocaína contra Guilherme Boulos foi preso em investigação sobre desvios em hospital

atualizado

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Marçal e o falso médico
1 de 1 Marçal e o falso médico - Foto: Reprodução

São Paulo — Depoimentos e áudios de interceptações telefônicas sobre ameaças a testemunhas e ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) serviram de base para que a Justiça de São Paulo determinasse a prisão do biomédico Luiz Teixeira da Silva, dono da clínica responsável pelo falso laudo sobre uma internação de Guilherme Boulos (PSol) por uso de cocaína exibido por Pablo Marçal (PRTB) em suas redes sociais na noite de sexta-feira (4/10).

Ele foi preso em 2017, no âmbito de uma operação policial contra desvios e corrupção em contratos de um hospital público de Cajamar, na Grande São Paulo. Ele é acusado de corrupção passiva e o processo está próximo de ser sentenciado pela Justiça. A denúncia foi feita pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), que pediu sua condenação nas alegações finais.

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Boulos postou em 20 de janeiro de 2021 que estava distribuindo cestas básicas na periferia de São Paulo
Médico já falecido assina laudo divulgado por Marçal contra Boulos
Receituário com assinatura e RG diferentes
Assinatura do médico José Roberto de Souza no laudo falso. No documento à direita, a assinatura em uma procuração
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Boulos e Emerson Osasco, vereador de Osasco, em 19/1/2021, data do suposto surto do deputado por cocaína

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Boulos postou em 20 de janeiro de 2021 que estava distribuindo cestas básicas na periferia de São Paulo

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Médico já falecido assina laudo divulgado por Marçal contra Boulos

Coluna Paulo Cappelli
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Receituário com assinatura e RG diferentes

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Assinatura do médico José Roberto de Souza no laudo falso. No documento à direita, a assinatura em uma procuração

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Segundo o MPSP, Luiz Teixeira da Silva, que é amigo de Marçal, representava risco ao andamento das investigações. O juiz Filipe Antonio Marchi Levada determinou a prisão do biomédico e de sua esposa, Liliane Rios, afirmando que a medida era “absolutamente necessária” e que o casal fazia “do crime um hábito de vida”.

O magistrado citou ainda uma passagem de uma interceptação telefônica na qual outro investigado mencionava que Luiz Teixeira da Silva se gabava de ter relação com o PCC.

A declaração foi dada por um investigado identificado como Kaio. “O buraco é muito mais embaixo do que nóis imagina [sic]. Ah, rapaz do céu. É demais o rombo. Demais, demais, demais, demais, demais. Ele (Luiz) tem contato com aquele tal de Charles, que ele já tinha falado pra mim, do PCC (Primeiro Comando da Capital)”, diz trecho da interceptação telefônica.

Sobre a esposa do biomédico, Kaio acrescentou: “Véio, tanta coisa que você não acredita, véio [sic]. Até de planejar matar a Lea, a Liliane tava combinando. O negócio é feio, feio, feio”.

“Só pra você ter uma noção, uma só que eu vou te contar. Eu queria ir aí, e contar tudo procê {sic]. Porque eu não vou dormir mesmo à noite. Porque dá vontade de chorar. Dá vontade de chorar. (…) Entendeu? E ele tem muito contato com esse cara do PCC mesmo”, concluiu o trecho do grampo.

O Ministério Público havia citado também depoimentos sobre a fama dentro do hospital de Cajamar que o biomédico tinha sobre seu suposto elo com o PCC. Uma testemunha protegida relatou ter sido contratada por Luiz Teixeira e Liliane no setor financeiro do hospital. Ela foi responsável por autorizar pagamentos fraudulentos e superfaturados.

Questionada pelo MPSP sobre o tal Charles, ligado ao casal, a testemunha relatou que Liliane sempre lhe disse que ele tinha relações com o PCC. Essa testemunha também foi ameaçada, em outra oportunidade, por um suposto intermediário do biomédico e sua esposa. Disse que a pessoa afirmou “saber que ela tinha dois filhos”.

Um médico do hospital também se disse ameaçado por Luiz Teixeira em um telefonema. Ele afirmou ter recebido uma ligação do biomédico em “tom ameaçador quando da crise no hospital, com ofensas dizendo que ia acabar com sua vida”.

“Desde que colocou os pés no hospital os médicos lhe avisavam que Luiz Teixeira tinha ligação com o PCC. Ficou apavorado com as ameaças”, consta no termo de seu depoimento.

O próprio Ministério Público afirmou, ao pedir a prisão do casal, que a mulher do médico havia ficado foragida e que tinha “envolvimento prévio com a organização criminosa conhecida como PCC”.

Ao acolher o pedido, o juiz do caso afirmou: “Como se vê, os Réus Luiz Teixeira da Silva Junior e Liliane Bernardo Rios da Silva, se mantido soltos, representarão perigo à vida de testemunhas, inclusive de testemunha protegida, colocando em risco a ordem pública e a instrução criminal”.

O Metrópoles não conseguiu contato com Luiz Teixeira neste sábado (5/10). O espaço segue aberto para manifestação

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