MP dá parecer contrário à prisão de aluna da USP indiciada por desvios
MP devolveu inquérito à Polícia Civil e pediu que sejam colhidas novas representações criminais das vítimas; órgão vê crime de estelionato
atualizado
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São Paulo – Após receber o inquérito policial que apura o desvio de quase R$ 1 milhão do fundo de formatura por parte da estudante da USP Alicia Dudy Muller, de 25 anos, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) deu parecer contrário ao pedido de prisão preventiva da jovem.
A promotoria ainda solicitou o retorno da investigação à Polícia Civil e pediu que sejam colhidas representações criminais de cada uma das vítimas.
Alicia foi indiciada por cometer, por nove vezes, o crime de apropriação indébita, segundo a polícia. Ela confessou ter desviado R$ 937 mil da comissão de formatura da 106ª turma da Faculdade de Medicina da USP.
A estudante teria feito nove saques da conta da empresa de formaturas responsável por gerir o dinheiro.
O promotor Fabiano Pavan Severiano entendeu, no entanto, que as condutas narradas no inquérito se referem a crime de estelionato e não de apropriação indébita, como apontado pela investigação do 16º Distrito Policial.
O MP pediu ainda que sejam apresentados os prejuízos individuais de cada estudante que tenha sido lesado.
“Diferentemente do que ocorre em relação à apropriação indébita, no estelionato a lei exige representação criminal dos ofendidos para oferecimento de denúncia contra a autora dos fatos”, afirmou o MPSP, em nota.
No depoimento à polícia, Alicia afirmou que gastou parte do dinheiro em benefício próprio, com aluguéis de carro e apartamento, além de compras de aparelhos eletrônicos.
A quebra de sigilo bancário feita na investigação também constatou um salto de 150% no valor da fatura do cartão de crédito da jovem, após os saques.