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São Paulo – Um grupo de motoristas de aplicativos realizou, na manhã desta terça-feira (5/1), uma carreata em protesto pela morte de Roger Ferreira da Silva, de 35 anos, sequestrado durante uma corrida. O profissional estava desaparecido desde o dia 30 de dezembro e foi encontrado morto na zona sul de São Paulo no domingo (3/01).
A carreata partiu da avenida Osvaldo Fregonezi, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, às 9h30, e seguiu até o Cemitério Jardim Vale da Paz, na avenida dos Pereiras, em Diadema, onde o corpo do motorista foi enterrado.
Roger perdeu o emprego no início da pandemia, e começou a trabalhar como motorista de aplicativo. Ele deixou mulher e cinco filhos.
O desaparecimento do motorista aconteceu após ele atender um chamado e transportar dois homens e uma mulher como passageiros, no dia 30 de dezembro. Na tarde do último sábado (2/1), o carro de Roger foi encontrado carbonizado na avenida José Lutzenberger, no Grajaú.
A Polícia Civil da Capital prendeu, no domingo, três pessoas pelo homicídio do motorista, que, segundo a Polícia Civil, foi sequestrado e torturado antes de morrer. Duas pessoas também acabaram presas pela venda e compra do celular da vítima.
Os três autores do sequestro e assassinato do motorista – dois homens, ambos com 25 anos, e uma mulher, de 19 – foram presos em um imóvel em Parelheiros. Na casa estavam diversas munições, um carregador de fuzil, um simulacro de arma de fogo e dois cartões em nome da vítima.
Confissão
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, todos os envolvidos foram levados à unidade policial, onde a mulher confessou ter cometido, com o auxílio dos dois comparsas, o roubo e assassinato do motorista. Depois da confissão, a mulher indicou o local onde o corpo do motorista poderia ser encontrado.
Os policiais civis encontraram o corpo enterrado em uma cova rasa na Estrada da Ligação, em área de mata fechada. Segundo a Polícia Civil, a vítima estava com as mãos amarradas para trás e com sinais de tortura, já que estava com alguns dedos das mãos decepados. Os executores confessaram que cometeram o homicídio, degolando o pescoço do homem, com autorização de uma facção.
“Eles iniciaram o crime com o roubo e não deu certo porque nos serviços de aplicativo os pagamentos costumam ser feitos em cartão. Depois, exigiram que a vítima, que estava sob ameaça, solicitasse valores de conhecidos para ser liberada, evoluindo para extorsão mediante sequestro, o que também não deu certo. Por último, eles realizaram o homicídio”, disse o delegado Fábio Baena Martin, responsável pela equipe do cerco.