Motorista e dono de carro que bateu na contramão são indiciados
Polícia Civil indiciou Felipe Malheiro e Gustavo Cardozo por homicídio com dolo eventual e fraude processual após carro bater na contramão
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — A Polícia Civil indiciou Felipe Gambeta Malheiro e Gustavo Moreira Cardozo por homicídio com dolo eventual no caso do carro que dirigia em alta velocidade na contramão e colidiu de frente contra o veículo do motorista de aplicativo Ednaldo de Souza Mendes, de 41 anos, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Ednaldo morreu depois de ser levado ao hospital.
Felipe Malheiro, de 21 anos, que inicialmente se identificou aos policiais militares como condutor do veículo que provocou o acidente, também será indiciado por fraude processual e por entregar carro a pessoa não habilitada, já que imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que ele sai pelo banco do passageiro do carro (assista abaixo). No vídeo, é possível ver Gustavo Cardozo saindo do carro pela porta do motorista.
Em nota enviada ao Metrópoles, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou o indiciamento nessa terça-feira (16/7).
A SSP ainda informou que a Polícia Civil irá ouvir nesta quarta-feira (17/7) os PMs que fizeram a ocorrência do acidente e outras testemunhas que tiveram contato com os ocupantes dos veículos na noite do acidente. Nessa terça-feira, os quatro ocupantes do carro que vinha na contramão depuseram à polícia. O caso é investigado no 1º DP de Guarulhos.
Assista:
Conduta dos PMs
O boletim de ocorrência da Polícia Militar cita Felipe Gambeta Malheiro como o motorista que provocou o acidente no último sábado (13/7). Ele foi liberado por policiais militares sem fazer o teste do bafômetro. Os PMs que compareceram ao local entenderam que o rapaz não apresentava sinais de embriaguez.
No entanto, uma garrafa de uísque foi encontrada no banco do carona do carro que cometeu o acidente. Uma imagem da bebida foi anexada ao boletim de ocorrência feito pela Polícia Militar.
A SSP afirmou que os PMs relataram que “ele [Felipe] estava lúcido e conversava normalmente, sem sinais de embriaguez ou uso de entorpecentes, motivo pelo qual não foi solicitado apoio de uma viatura que dispunha do aparelho de etilômetro”.
Ele teria ido para o Hospital Municipal de Urgências para receber atendimento médico por “um pequeno ferimento na sobrancelha”.
Sem ver a necessidade de registrar BO na Polícia Civil, porque “não houve sinais de embriaguez ou de entorpecentes em nenhuma das partes”, os PMs fizeram apenas um boletim de ocorrência militar e entregaram às partes uma notificação de ocorrência.
Esse documento traz a versão da vítima, que disse que “estava subindo a avenida, de repente, o carro veio na contramão e bateu no meu veículo”. Ednaldo foi levado ao Hospital Notre Dame na madrugada de sábado, ainda consciente. Ele não resistiu aos ferimentos e teve a morte confirmada no fim da tarde de domingo (14/7).
Segundo a SSP, a “natureza da ocorrência” foi alterada após a confirmação da morte de Ednaldo e um inquérito foi instaurado no 1º Distrito Policial de Guarulhos.