Motorista do Porsche que matou motoboy não reabre bar Beco do Espeto
Beco do Espeto, de propriedade do motorista do Porsche que matou motoboy, não abriu na noite desta quarta, apesar de anunciar funcionamento
atualizado
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São Paulo — O bar Beco do Espeto, do qual o motorista do Porsche que atropelou e matou um motociclista é sócio, não abriu na noite desta quarta-feira (31/7), apesar de anunciar, nas redes sociais, funcionamento de quarta a domingo.
Seria o primeiro dia em que o estabelecimento, localizado no Itaim Bibi, bairro da zona oeste de São Paulo, abriria desde que Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos, perseguiu e atropelou Pedro Kaique Ventura, de 21 anos, na madrugada de segunda (29/7) na zona sul da cidade.
O Metrópoles foi até o estabelecimento e o encontrou fechado e sem iluminação. Comerciantes da região disseram que os donos do bar “estão passando por alguns problemas” para justificar o motivo do não funcionamento.
À reportagem, um funcionário de um estabelecimento vizinho disse que o Gaúcho, como é conhecido o bar, não deve abrir tão cedo e demonstrou preocupação com as pessoas que trabalham no local.
O homem ainda revelou que na madrugada desta quarta, motociclistas rondaram as ruas ao redor do comércio e em um determinado momento tentaram atear fogo no bar com uma espécie de coquetel molotov.
Em um dia de semana movimentado, onde pessoas se encontraram depois do trabalho para acompanhar uma rodada de futebol, a fonte ouvida pelo Metrópoles revelou um certo receio dos estabelecimentos vizinhos.
“Eles (pessoas que rondavam a região de moto) vieram aqui e perguntaram algumas coisas. Mas a gente só trabalha aqui” afirmou.
O local também vem sendo alvo da imprensa, segundo o funcionário, que citou a presença massiva de diversas emissoras.
O acidente
O Porsche dirigido por Igor Sauceda perseguiu a motocicleta de Pedro Kaique Ventura Figueiredo em alta velocidade e colidindo na parte traseira do veículo. Fazendo com que o motociclista se chocasse contra um poste. Ele não resistiu aos ferimentos.
A colisão ocorreu na madrugada de segunda-feira (29/7) após uma discussão de trânsito, seguida de uma perseguição ao longo de cerca de dois quilômetros.
Os veículos se chocaram contra um poste e ficaram completamente destruídos. Pedro Kaique Ventura Figueiredo, que pilotava a moto, foi socorrido, mas não resistiu.
Dolo eventual
Logo após a colisão que matou Pedro Kaique, Igor Sauceda foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, pela delegada plantonista do 11º Distrito Policial. Naquele momento, a polícia não havia tido acesso às imagens das câmeras de segurança.
Após a divulgação dos vídeos, o delegado titular do caso, Edilzo Lima, do 48º Distrito Policial, mudou a tipificação para homicídio doloso com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, e determinou a prisão em flagrante.
O empresário Igor Ferreira Sauceda foi transferido nessa terça-feira (30/7) para o Centro de Detenção Provisória II de Guarulhos, Região Metropolitana de São Paulo.