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Motorista de app que enviou nudes a passageira já ameaçou ex de morte

Motorista acusado de perseguir e importunar sexualmente passageira tem passagem criminal por violência doméstica e ameaça contra ex

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Motorista assedia passageira por mensagens
1 de 1 Motorista assedia passageira por mensagens - Foto: Reprodução

São Paulo — O motorista de aplicativo suspeito de ter cometido perseguição e importunação sexual contra uma jovem de 21 anos que foi passageira dele em Santos, no litoral de São Paulo, tem passagem criminal por violência doméstica, ameaça e injúria contra a ex-companheira.

O crime ocorreu em 2023, quando a companheira, de 48 anos, relatou à polícia que recebeu mensagens violentas e agressivas do homem, de 45 anos. As informações são do G1. 

No boletim de ocorrência, a mulher disse à polícia que eles se relacionavam desde abril de 2019, e mantinham um bom relacionamento. No entanto, de acordo com ela, o motorista passou a se comportar de forma agressiva e violenta em meados de 2023. Em 5 de maio daquele ano, ela estava trabalhando e disse ter recebido mensagens de ameaça do homem.

Além das mensagens, a ex contou que o homem foi até o prédio dela e a ameaçou de morte após fazer diversas ofensas na portaria do condomínio. Na época, ela contou à polícia que o homem tem histórico de envolvimento com drogas.

Diante da situação, a vítima solicitou uma medida protetiva contra o ex-companheiro, tendo registrado o caso como violência doméstica, ameaça e injúria na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Santos.

De acordo com o G1, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) não achou a passagem do motorista nas penitenciárias de São Paulo. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) disse que não localizou processos envolvendo o homem e o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) e não encontrou denúncia em andamento.

Relembre o caso

A Polícia Civil de Santos investiga a denúncia de perseguição e importunação sexual registrada pela jovem de 21 anos contra o motorista de aplicativo.

No dia 8 de dezembro, a mulher fez uma corrida com o motorista de aplicativo. A partir de então, o homem passou a enviar mensagens invasivas, curtir suas fotos no Instagram e, na semana passada, enviou um vídeo se masturbando

“Eu tô vendo aqui suas fotos e, meu, vc é sensacional sabia? Me deixa loco, eu tenho que te confessar que suas fotos me deixam morrendo de tesão […] e eu acabo sempre batendo uma pensando em vc (sic)”, escreveu o motorista, antes de enviar um vídeo de seu pênis.

A mulher abriu a mensagem ao acordar, no último dia 8 de julho. Ao G1, ela relata ter sentido nojo e medo diante da atitude.

“Quando vi não acreditei no que li. Ele dizia que via minhas fotos, sentia tesão em ver e que acabava se masturbando quando via minhas coisas”, disse ela.

“Fiquei sentindo nojo e pensando se eu estava fazendo alguma coisa, se dei liberdade a esse ponto, sendo que nenhuma das mensagens dele eu respondi. Às vezes, a gente acaba se culpando por essas atitudes sendo que não é nossa culpa”, complementou.

A mulher, que trabalha como professora, disse ao site que pegou a corrida de casa, na Ponta da Praia, com destino à Avenida Conselheiro Nébias, e durante o trajeto o motorista foi simpático. O homem disse que havia terminado um relacionamento e que estava depressivo.

A passageira então indicou que ele procurasse ajuda espiritual e sugeriu um terreiro de umbanda. “Ele pediu o meu Instagram para que eu passasse o endereço [do terreiro] para ele”, disse ela.

A professora contou que tinha chegado em frente ao trabalho dela e estava pronta para descer do carro, mas que o motorista não parava de falar e puxar assunto. “Eu estava incomodada. Não sabia como cortar sem ser mal educada”.

No mesmo dia, à noite, o motorista encaminhou uma mensagem no Instagram da jovem a elogiando e dizendo que era o fã “número 1” da mulher. Ela contou que só no dia seguinte agradeceu o elogio e mandou o endereço do terreiro que havia comentado.

Depois disso se tornaram frequentes as reações dele nos stories da jovem e até mesmo comentários em publicações antigas, mas ela disse que ignorava tudo e não respondeu mais nenhuma mensagem enviada por ele. “Permaneci quieta. Estava me incomodando, mas não respondi para não dar brecha”.

Questionada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou o registro da ocorrência como perseguição e importunação sexual na Delegacia do Guarujá. A pasta, no entanto, disse que não pode divulgar detalhes sobre o caso em razão da natureza da ocorrência.

Em nota enviada ao G1, a empresa Uber disse que considera inaceitável qualquer comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater e denunciar casos de assédio e violência. O motorista teve a conta desativada da plataforma.

A empresa disse, ainda, que se coloca à disposição para colaborar com as autoridades no curso das investigações, nos termos da lei, e que conta com um canal de suporte psicológico, em parceria com o MeToo, que foi disponibilizado à usuária após o incidente ter sido relatado.

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