Motorista bêbado é preso após atropelar e matar PM no litoral de SP
Testemunhas afirmam terem visto condutor de 41 anos fazer conversão e atropelar de propósito dupla de policiais que trabalhava no litoral
atualizado
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São Paulo – Um motorista de 41 anos foi preso em flagrante por assassinato duplamente qualificado após, segundo testemunhas, atropelar, arrastar e matar um policial militar em serviço, na madrugada dessa segunda-feira (4/9) em São Vicente, litoral paulista.
O cabo Paulo Lorenzi Serra Sales, 32 anos, chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. Já o soldado Nicolas Nascimento Ribas Pinto, 28, também atropelado, foi ferido e passa bem.
A dupla de policiais fazia uma abordagem de rotina, a um condutor de um Ford Fiesta, por volta das 3h40, na Avenida Galeão Coutinho.
Enquanto conversavam com o motorista, que estava fora do veículo, os policiais avistaram um Hyundai Azera branco, com os faróis desligados, virando a esquina. O carro era conduzido por Anderson Santana Cruz. Os policiais deram sinal, usando uma lanterna, para que o motorista parasse o carro.
Um rapaz e uma moça, de respectivamente 21 e 19 anos, caminhavam por uma calçada e afirmam terem testemunhado Anderson fazer uma conversão em alta velocidade e atropelar os dois PMs, fugindo do local em seguida.
Em depoimento à Polícia Civil, o casal afirmou que o motorista “teve a intenção de praticar o crime”, porque ele além de desobedecer a ordem de parada, “acelerou em cima dos policiais, sendo que um deles voou e foi arrastado”. A placa dianteira do Hyundai quase caiu, ficando pendurada, da mesma forma que o para-choque traseiro do veículo.
“Acrescentam ainda [as testemunhas] que havia espaço suficiente para que o veículo passasse pelo outro lado da viatura, sem atingir os policiais, mas preferiu [o motorista] o contrário.”
Anderson foi preso a cerca de 3,5 quilômetros de distância do local do atropelamento, na região central de São Vicente. O carro usado no crime estava estacionado em frente à casa dele.
“Mal conseguia ficar em pé”
Policiais militares afirmaram, também em depoimento, que Anderson “mal conseguia ficar em pé” manifestando “sinais notórios de embriaguez”.
Enquanto ele era preso em flagrante, o cabo Sales foi encaminhado ao Hospital do Vicentino, onde morreu, e o soldado Ribas à Unidade de Pronto Atendimento de Santos, com uma fratura em um dos tornozelos.
O caso foi registrado como homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, lesão corporal intencional, desobediência, embriaguez ao volante e fuga de local de acidente.
Em audiência de custódia, realizada nesta terça-feira (5/9), a prisão de Anderson foi convertida de flagrante para preventiva, ou seja, por tempo indeterminado, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo.
A defesa dele não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
Luto na PM
Em suas redes sociais, a PM mudou suas imagens de perfil, ainda na segunda-feira, para manifestar o luto pela morte do cabo Sales. A corporação afirmou, em uma nota pública, que o cabo estava lotado no 39º Batalhão do interior.
“Nesse momento de dor, unimos nossos sentimentos aos da família e elevamos nossos pensamentos a Deus, rogando-lhe que, por meio de seu grande amor, possa consolar os corações e curar as feridas dessa separação.”
O cabo Sales ingressou na PM em 7 de dezembro de 2017. Ele deixa esposa e não tinha filhos.