Mortes no fim de semana intensificam guerra entre PCC e “novo Marcola”
Em uma mesma emboscada, membro do PCC foi fuzilado com 15 tiros e outro homem, com possível vínculo com a facção, foi morto com 10 disparos
atualizado
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São Paulo — Arthur Henrique Curilla Garcia, de 32 anos, membro do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi executado com 15 tiros de fuzil, na noite desse sábado (7/12), em decorrência da guerra protagonizada entre a facção com o chamado Bando do Magrelo — quadrilha da região de Rio Claro, interior paulista, cujo chefão, Anderson Ricardo de Menezes, o Magrelo, já afirmou ser “o novo Marcola“.
Garcia ocupava um Fiat Uno e morreu no local. No carro, estavam ele, a companheira dele — que não teve o nome divulgado –, e Marco Aurélio Almeida da Cruz, 34, cujo eventual vínculo com o PCC ainda é investigado pela Polícia Civil. Almeida da Cruz foi alvo de dez tiros e também não resistiu. A namorada de Garcia foi ferida em um dos braços, sem gravidade, e levada para um hospital da região.
A investigação aponta que o crime é mais um da guerra travada entre o Bando do Magrelo e o PCC. O saldo de mortes, em 14 dias, já chega a seis.
Palco de disputas violentas entre o Bando do Magrelo e o PCC pelo controle das atividades criminosas, Rio Claro foi a primeira — de ao menos sete cidades identificadas até o momento — onde o tráfico de drogas e de armas passou a ser controlada pelo Bando do Magrelo.
A nova onda de violência começou com o assassinato do cabeleireiro Daniel de Paula Sobrinho, 29, considerado irmão por Magrelo, no último dia 23, no bairro Jardim Palmeiras, em Rio Claro. Cerca de 12 horas depois, em represália ao assassinato, três membros do PCC foram brutalmente executados. Uma câmera de monitoramento registrou o crime (assista acima).
Após o duplo assassinato deste fim de semana, atribuído ao Bando do Magrelo, foram encontradas 42 cápsulas deflagradas de munição, grande parte delas de fuzil calibres 556 e 308.
Rastro de sangue
Investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontam que o Bando do Magrelo é responsável pelo assassinato de pelo menos 30 integrantes do PCC. A rivalidade é motivada pela disputa da rota do narcotráfico na região de Rio Claro, que movimenta milhões de reais todos os meses. A Polícia Civil também identificou que o bando comercializa drogas em, ao menos, oito cidades.
Em uma denúncia obtida pelo Metrópoles, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do MPSP, afirmou que as execuções promovidas pelo Bando do Magrelo, em via pública, com disparos de fuzil em plena luz do dia, “colocam tristes holofotes na cidade”.
“A consequência de quem ousa contrariar as determinações de Anderson Ricardo é uma só: a morte!”, afirma o MPSP na denúncia.
Magrelo foi preso em 23 de maio do ano passado, usando documento falso, na cidade de Borborema, a cerca de 210 km de distância de Rio Claro — e a quase 380 km da capital paulista.