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Morte no Guarujá foi 1º assassinato de PM da Rota em serviço desde 1999

Soldado Patrick Bastos Reis foi o primeiro da Rota assassinado em serviço desde novembro de 1999, segundo confirmado pela própria corporação

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1 de 1 Imagem mostra homem branco, com boina preta e uniforme militar - Metrópoles - Foto: Divulgação/Polícia Militar

São Paulo — O soldado Patrick Bastos Reis, de 30 anos, foi o primeiro policial das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), a tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, a ser assassinado em serviço desde novembro de 1999. O crime aconteceu no dia 27 de julho, no Guarujá, litoral paulista, e desencadeou a Operação Escudo, que deixou, até o momento, 16 mortos em ações policiais.

Ao longo dos mais de 23 anos, houve mortes de policiais da Rota em serviço, mas não por assassinato, como ocorreu com o soldado Reis, atingido no tórax por uma bala calibre 9 milímetros durante uma patrulha. Em um dos casos, por exemplo, dois integrantes do batalhão morreram após o capotamento de uma viatura durante perseguição policial em Campinas, em maio de 2002.

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Soldado da PM Patrick Bastos Reis, morto com um tiro no tórax no Gaurujá (SP)
Policiais da Rota baleados no Guarujá foram socorridos no Pronto Atendimento Municipal da Rodoviária
Denunciados por participação na morte de PM da Rota no Guarujá: Erickson David da Silva, Kauã Jazon da Silva e Marco Antonio, o Mazzaropi
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Laudo necroscópico do PM Patrick Bastos Reis, da Rota

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Soldado da PM Patrick Bastos Reis, morto com um tiro no tórax no Gaurujá (SP)

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Policiais da Rota baleados no Guarujá foram socorridos no Pronto Atendimento Municipal da Rodoviária

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Denunciados por participação na morte de PM da Rota no Guarujá: Erickson David da Silva, Kauã Jazon da Silva e Marco Antonio, o Mazzaropi

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A informação de que o soldado Reis foi o primeiro a ser assassinado em serviço na Rota em mais de 23 anos foi confirmada pela PM somente nessa segunda-feira (14/8), 12 dias após o pedido feito pelo Metrópoles, reiteradas vezes, por e-mail e por telefone.

“Antes deste ocorrido, outro soldado havia sido atingido por disparos durante uma patrulha em 23 de novembro de 1999. Ele foi levado ao Hospital Municipal Antônio Giglio (Osasco), onde, apesar de ter passado por intervenção cirúrgica, também não sobreviveu”, afirmou a PM, em nota.

Em 23 de novembro de 1999, o soldado da Rota Robson Souza Pereira, então com 26 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça durante patrulhamento em uma comunidade próxima à Avenida dos Autonomistas, em Osasco, Grande São Paulo.

Somente nos sete primeiros meses deste ano, 23 pessoas foram mortas por policiais da Rota, que é o mais letal dos quatro batalhões do Comando de Policiamento de Choque — e praticamente o único a entrar em confronto regularmente. O levantamento é baseado em dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública, do Ministério Público Estadual (MPSP).

Mortalidade policial

Especialista em segurança pública e gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani afirma que, felizmente, a mortalidade de policiais militares é baixa em São Paulo, embora esteja subindo em 2023.

Segundo Langeani, em grupos táticos e especializados, como a Rota, o número tende a ser baixo por três motivos. Primeiro, são grupos que tem uma estrutura melhor de trabalho de viaturas, armas e equipamentos, de acordo com o pesquisador.

Em segundo lugar, diz Langeani, policiais de grupos especializados têm mais tempo durante o turno de trabalho para se dedicarem aos treinamentos, o que ajuda a reduzir a vitimização.

Por fim, segundo o pesquisador, por serem tropa de apoio, trabalham sempre em grupos maiores, com três a quatro policiais na viatura, contra geralmente dois numa radiopatrulha normal.

“Ainda assim, é importante notar que, em muitos anos, há mais mortalidade em serviço por acidentes de trânsito do que por disparos ou agressões, reforçando a importância de treinamento e supervisão dos policiais como fatores chaves para reduzir mortes”, afirma Langeani.

Já nos horários de folga, a situação é diferente. O pesquisador diz que há três dinâmicas mais frequentes nesses casos, que são as reações a assaltos contra si próprio ou no bico (trabalho paralelo), além de execuções.

Segundo Langeani, nas reações a assaltos, o PM é pego de surpresa e em inferioridade numérica. No bico, ele se sente na obrigação de reagir, mas está sem colete, sozinho e sem a estrutura da qual dispõe no serviço. “Para além disso, o bico é feito no horário que, em tese, o policial deveria estar descansando, e esta jornada extra e o cansaço também trazem prejuízo à capacidade de reação”, afirma.

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