Morte do cão Joca: Gol deve dar explicações ao Ministério da Justiça
Companhia aérea deve prestar esclarecimentos ainda nesta quinta-feira; golden retriever morreu após ser embarcado em voo errado da companhia
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — A Gol Linhas Aéreas deve prestar esclarecimentos, ainda nesta quinta-feira (25/4), à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça, sobre o caso do cão Joca, que morreu após ser embarcado em um voo errado da companhia.
Joca, um cachorro da raça golden retriever de 4 anos, morreu na segunda-feira (22/4) durante transporte aéreo no porão de uma aeronave da empresa. O Ministério de Portos e Aeroportos e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciaram que também investigam o caso.
Além disso, a Delegacia do Meio Ambiente de Guarulhos instaurou inquérito policial para investigar a morte, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Prazo de 48 horas
A Senacon informou que notificou, na terça-feira (23/4), a Gol a prestar esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte de Joca. O prazo para a resposta, de 48 horas, se encerra nesta quinta.
A companhia deverá informar à Senacon como é sua política de transporte de animais, quais ações são adotadas para prevenir casos como o de Joca e de que maneira a família do golden retriever está sendo reparada.
Após a morte do cão, a Gol anunciou a suspensão temporária do transporte aéreo de animais no porão dos aviões. O transporte de pequenos animais na cabine das aeronaves está mantido.
O caso ganhou tanta repercussão que até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre o assunto nessa quarta-feira(24/4). Ele usou uma gravata com desenhos de cachorros e prestou solidariedade à família dos tutores.
“O cachorro morreu porque ficou oito horas sem tomar água, preso, dentro do avião”, lamentou Lula. “Eu acho que a Gol tem que prestar contas. Eu acho que a Anac tem que fiscalizar isso, e acho que a gente não pode permitir que isso continue acontecendo no Brasil.”
Embarque em voo errado
Na segunda-feira, Joca deveria ter saído do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com destino ao Aeroporto Municipal de Sinop, no Mato Grosso, no voo 1480, no qual estava seu tutor, João Fantazzini.
A companhia aérea, no entanto, embarcou Joca em um voo diferente, para Fortaleza. João só soube do erro ao chegar a Mato Grosso. A Gol perguntou se ele queria voltar para São Paulo para buscar Joca, que estava em outro estado devido a uma falha.
O tutor conseguiu voos de ida e volta de Mato Grosso a São Paulo gratuitos, além de hospedagem. Ao chegar à capital paulista, um funcionário da Gol recebeu João dentro do avião e ofereceu comida. Então, ele ficou esperando até o pouso do voo em que o cachorro estava, e o recebeu sem vida, dentro da caixa de transporte.
Nas redes sociais, os tutores de Joca responsabilizam a companhia aérea pela morte. “Eles deixaram o cachorro no sol na pista dentro da caixa. Nosso Joca chegou a SP e deram a notícia que ele estava morto”, disse Giovanna Fantazzini. “Acabou com a nossa família, ele era nossa família! Nada vai trazer o nosso Joca de volta!”
O que diz a Gol
A Gol afirmou, em nota, que “lamenta profundamente” a morte de Joca e se solidariza com a dor do seu tutor. A companhia admitiu que uma falha operacional fez com que o cachorro fosse embarcado no voo errado e diz que a apuração dos detalhes do caso está sendo conduzida com “prioridade total”.
“Nós nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação”, informa nota da empresa.