Morte de Zé Celso: veja como ficou apartamento após incêndio
Laudo aponta como “viável” hipótese de que fogo no apartamento de Zé Celso tenha sido causado por contato entre aquecedor e materiais
atualizado
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São Paulo – O laudo do Instituto de Criminalística sobre o incêndio que atingiu o apartamento do dramaturgo Zé Celso aponta que as chamas podem ter sido causadas pelo aquecedor em contato com tecido, madeira ou espuma.
“Não foi possível precisar a causa do evento, porém a análise dos elementos técnicos-materiais coligidos no local leva o relator a admitir como viável a possibilidade de o incêndio ter iniciado em virtude do contato entre um corpo de capacidade ígnea (aquecedor etc.) com materiais de fácil combustão que ali existiam (tecido, espuma, madeira, etc.)”, diz o laudo.
O documento inclui fotos de como ficou o apartamento. Veja abaixo:
O documento foi apresentado na última quarta-feira (5) ao delegado Mauricio Del Trono Groshe, do 36º Distrito Policial da Vila Mariana, que investiga o incêndio.
A polícia aguarda resposta oficial do Corpo de Bombeiros sobre a situação do edifício em relação aos documentos necessários. O imóvel e apartamentos vizinhos estão interditados pela Defesa Civil
Morte de Zé Celso
O dramaturgo Zé Celso morreu nessa quinta após passar dois dias internado. Ele teve cerca de 53% do corpo queimado no incêndio.
A previsão é de que o corpo do artista seja cremado por volta das 11h. Durante a madrugada, familiares, amigos e fãs prestaram homenagens a Zé Celso no Teatro Oficina, onde foi realizado o velório.
Marido fala do incêndio
O ator Marcelo Drummond, 60 anos, viúvo de Zé Celso Martinez, contou como aconteceu o incêndio. “Eu acordei com um estrondo. Abri a porta do meu quarto e estava tudo escuro. Eu não sabia se era madrugada ou se já tinha amanhecido”, disse.
Em seguida, ele disse que correu até a cozinha para desligar algum fogo, “achando que alguém tivesse deixado alguma panela ligada”. “Daí eu comecei a ouvir o Vitor Rosa [outro ator que mora no local] falando ‘Vem, meu amor, vem.'”
“Aí eu invadi. Porque são dois apartamentos em que a gente mora. E eu invadi o outro apartamento e, quando entrei, o Vitor estava puxando o Zé, que estava com uma mobilidade difícil”, disse.
Marcelo afirma que ajudou a puxar o companheiro e depois chegou a desmaiar por causa da fumaça. Quando acordou, outro vizinho estava ajudando o dramaturgo.
“O Zé falava abre a janela, abre a janela. Eu falei ‘já tá aberta’. Segurei as duas mãos dele e ele botou a perna em cima de mim. Parecia que a gente tinha acabado de trepar”. Aquele foi o último momento dos dois juntos antes que os bombeiros chegassem e fizessem o resgate.