Morre trabalhador vítima de acidente com helicóptero na Agrishow
Márcio Sabino, de 27 anos, era trabalhador terceirizado do evento e estava embaixo de estrutura que caiu após a passagem de um helicóptero
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — Uma das vítimas do acidente provocado por um helicóptero durante a feira do agronegócio Agrishow, em Ribeirão Preto, no interior paulista, morreu nesta terça-feira (7/5), segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Márcio Sabino Silva, de 27 anos, era trabalhador terceirizado do evento e estava embaixo da estrutura que caiu após a passagem de um helicóptero, no último dia 2. A força do vento provocado pelas hélices teria derrubado parte de uma tenda. A outra vítima, uma mulher de 25 anos, sofreu uma fratura no tornozelo.
O trabalhador foi socorrido por equipes do Corpo de Bombeiros que atuavam no evento e pela UTI móvel da organização. Em seguida, ele foi encaminhado a um hospital da região, informou a Agrishow.
A organização do evento afirmou, em nota, que recebeu a notícia da morte “com profundo pesar”. Disse, ainda, que as causas do acidente seguem sendo investigadas pelas autoridades responsáveis, “que estão recebendo todo o apoio necessário das equipes técnica e de segurança da feira”.
Pilotos investigados
Os pilotos do helicóptero foram ouvidos na delegacia e são investigados. Em depoimento à polícia, eles alegaram que não havia proibição de sobrevoar as barracas para o pouso. Os dois afirmaram, ainda, que usaram baixa velocidade porque foram atrapalhados por outras aeronaves, conforme o boletim de ocorrência.
Segundo eles, uma aeronave “passou na frente” na fila de pouso e outra passou “praticamente debaixo” do helicóptero que pilotavam, no momento em que se aproximavam para pousar.
O responsável pela área do evento destinada ao pouso das aeronaves também compareceu à delegacia. Ele disse aos policiais que os pilotos erraram ao se aproximar para pousar passando sobre as barracas.
De acordo com o organizador, somente aeronaves de pequeno porte estariam autorizadas a passar por aquele perímetro, e que outros helicópteros, até maiores que o dos pilotos, “pousaram e alçaram voo normalmente no local em outros dias, sem danificar as barracas”, diz o boletim.
O perito que fez a vistoria no local do acidente informou aos investigadores que uma solda se rompeu na estrutura da barraca e que identificou sinais de oxidação interna na viga rompida. No entanto, o perito apontou que a estrutura “parecia bem forte” e possuía outras vigas de sustentação que também cederam, demonstrando que houve “grande pressão” sobre as peças, segundo o registro policial.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáuticos (Cenipa) foi notificado e exames foram solicitados ao Instituto de Criminalística (IC). O caso foi registrado como lesão corporal e abuso na prática da aviação na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Ribeirão Preto.
O que diz a Agrishow
Em nota, a organização da Agrishow afirmou que, no evento, são seguidas “todas as normas técnicas internacionais, como também as estipuladas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em todas as operações aéreas durante a feira”.
O evento acrescentou que realizou uma apresentação das regras de operação para os pilotos de todas as aeronaves que demonstraram interesse em utilizar o espaço. Além disso, “disponibilizamos um material informativo com todas as normas técnicas e operacionais a serem seguidas”, afirmou.