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Morre Boris Fausto, um dos maiores historiadores do Brasil

O historiador e cientista político Boris Fausto morreu, aos 92 anos, nesta terça-feira (18/4), em São Paulo

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1 de 1 Boris Fausto - Foto: Reprodução/TV Câmara

São Paulo – Um dos maiores historiadores e cientistas políticos do Brasil, Boris Fausto morreu nesta terça-feira (18/4), aos 92 anos, em São Paulo.

Boris Fausto era pesquisador sênior da Universidade de São Paulo (USP), onde concluiu a graduação e o doutorado, ambos na década de 1960, em História. Antes, também havia se formado em Direito pela universidade.

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Autor de mais de 20 títulos, Boris Fausto escreveu livros considerados fundamentais na compreensão do Brasil do século 20. Foi vencedor de três prêmios Jabuti, nas categorias Livro Didático e Ciências Humanas, nas décadas de 1990 e 2000.

Em junho de 2021, o professor da USP sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), mas conseguiu se recuperar. A causa da morte ainda não foi divulgada. O velório vai acontecer na Funeral Home, na Bela Vista, centro da capital, na quarta-feira (19/4).

Referência na historiografia do Brasil

Boris Fausto nasceu no dia 8 de dezembro de 1930, em família de imigrantes turcos, em São Paulo. Já na sua primeira publicação, “A Revolução de 1930”, o pesquisador foi alçado ao posto de referência na historiografia da República brasileira. A obra é de 1969, um dos momentos mais duros da ditadura militar.

“Propus uma interpretação nova, que não existia, a respeito das classes, dos grupos e das Forças Armadas”, declarou o historiador, no documentário Memórias, da TV Câmara, em 2018. “Encaminhei para um editor e ele me chamou e disse: ‘Olha, você vai me desculpar mas, no clima que está, não posso me arriscar a publicar esse livro’.”.

Também é autor de “História do Brasil”, o livro mais vendido da Editora da USP (Edusp), e organizador de “História Geral da Civilização Brasileira”, em parceria com Sérgio Buarque de Holanda.

“A Reitoria se solidariza com a família e os amigos do professor neste momento de consternação”, diz nota da USP, assinada pelo reitor, Carlos Gilberto Carlotti Junior, e pela vice-reitora, Maria Arminda do Nascimento Arruda.

“Regime democrático é fundamental”

O seu currículo acadêmico inclui passagens como coordenador de Ciências Humanas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), além de pesquisador sênior da Rockefeller Foundation e professor visitante da Brown University, nos Estados Unidos.

Entre os temas, escreveu ainda sobre o luto e a criminalidade de São Paulo. Conhecido pelo bom humor, Boris Fausto também era crítico da polarização radical vista na política brasileira nos últimos anos.

“Eu continuo achando que o regime democrático é fundamental, mas não é isso que está aí”, afirmou, em 2018. “O Brasil tem jeito, dependente de uma categoria complicada que são os brasileiros”.

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