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Monitor de clínica que matou paciente foi visto rezando antes do crime

Monitor da clínica reabilitação clandestina onde um paciente de 55 anos foi torturado até a morte aparece rezando momentos antes do crime

atualizado

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Reprodução/G1
Imagem de vídeo de um homem
1 de 1 Imagem de vídeo de um homem - Foto: Reprodução/G1

São Paulo — O monitor terapêutico de uma clínica de reabilitação clandestina, preso em flagrante após torturar e espancar até a morte um paciente de 55 anos em Cotia, na Grande São Paulo, aparece em vídeo (assista abaixo) rezando no local com outros internos antes do crime. 

O funcionário Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, diz na gravação: “Obrigado a todos aí pela reunião. Vamos estar finalizando essa reunião com a ‘Oração da Serenidade’ com serenidade: ‘Por isso, Deus, conceda-me a serenidade para que eu possa aceitar as coisas que eu não posso modificar. Orai para modificar aquelas que eu posso e sabedoria para reconhecer as diferenças'”.

O paciente Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos, não aparece na filmagem porque estaria no próprio quarto. Ele havia sido internado três dias antes de morrer.

Espancamento e morte

Matheus de Camargo Pinto foi preso em flagrante após a polícia ter acesso a um vídeo (veja abaixo) feito pelo próprio indiciado, no qual a vítima aparece amarrada em uma cadeira. Matheus também gravou um áudio, compartilhado em redes sociais, no qual afirma ter espancado Jarmo até a mão doer (ouça abaixo).

“O áudio foi um dos indicativos [para a prisão], mostrando que ele [Matheus] realmente torturou o rapaz, bateu muito nele. Que a intenção era lesionar mesmo, enfim”, afirmou Adair Marques, delegado de Cotia.

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Paciente foi amarrado em cadeira semi nu
Vitima ficou com hematomas na cabeça
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Paciente foi amarrado em cadeira semi nu

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Vitima ficou com hematomas na cabeça

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Reprodução/Arquivo Pessoal

O enfermeiro Cleber Fabiano da Silva, 48, é investigado pelo suposto envolvimento no espancamento, da mesma forma que outros funcionários da Comunidade Terapêutica Efatá.

A defesa dele e de Matheus não foram localizadas. O espaço segue aberto para manifestações.

Ouça o áudio

O delegado Adair Marques afirmou ao Metrópoles que a vítima foi espancada e, após passar mal, encaminhada para o Pronto Socorro de Vargem Grande Paulista, onde morreu.

O delegado afirmou que Jarmo deu entrada na clínica na noite de sexta-feira (5), quando profissionais do local foram buscá-lo em casa.

Familiares acionaram a instituição alegando que Jarmo “estava surtado” na residência onde mora com a mãe, uma idosa. A agressividade ocorria por causa da dependência química do homem. Essa foi a última ocasião em que a família viu a vítima com vida.

A tortura e agressões ocorreram no intervalo de sexta (5/7) para domingo (7/7), como mostram as investigações da Polícia Civil.

Veja o vídeo

Monitor já foi detido

O monitor terapêutico Matheus de Camargo Pinto não tinha capacitação profissional para ocupar o cargo, segundo o delegado que investiga o caso, e já foi detido após desacatar policiais militares que foram apartar uma briga dela com a mulher.

O delegado Adair Marques, da Delegacia de Cotia, confirmou ao Metrópoles a falta de treinamento e de qualificação de Matheus para cuidar de pacientes em clínicas de reabilitação.

Outras clínicas

A dona da clínica e um enfermeiro investigados pela morte do dependente químico Jarmo Celestino de Santana já foram alvo de investigações policiais anteriores, por administrarem clínicas ilegais.

Em 2019, Terezinha de Cássia de Souza Lopes da Conceição, 50 anos, e Cleber Fabiano da Silva administravam uma clínica de reabilitação clandestina em Cotia, Grande São Paulo.

Da mesma forma que na clínica Efatá, lacrada nesta semana, a Unidade Terapêutica Gênesis, administrada pela mulher e pelo enfermeiro, foi interditada há cerca de cinco anos.

A defesa de ambos foi procurada pelo Metrópoles. A advogada Terezinha Cordeiro afirmou que, no momento, não tem “nada a declarar”.

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