“Minifloresta” trava demolição de mansão que foi de banqueiro em SP
Mansão no Morumbi pertenceu ao banqueiro Edemar Cid Ferreira, foi leiloada em 2020 e pode abrigar casas de luxo, se aprovada a demolição
atualizado
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São Paulo — Uma minifloresta com cerca de 280 árvores ainda trava a demolição da mansão que pertenceu ao banqueiro Edemar Cid Ferreira e que foi leiloada, em 2020, por R$ 27 milhões. Os proprietários do imóvel pretendem construir casas de luxo no local, após resolverem o imbróglio com a Prefeitura de São Paulo.
Questionada sobre o imóvel, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento disse que o pedido de demolição da mansão foi indeferido por ela ser considerada patrimônio ambiental e, por isso, exigir uma autorização da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. “Além deste pedido, não há outro processo em tramitação no órgão”, diz a pasta.
Adquirida no leilão de 2020 pelo empresário Janguiê Diniz, a casa da Rua Gália, no Morumbi, chegou a ser avaliada em mais de R$ 70 milhões. Com heliponto, adega para mais de 4.000 garrafas de vinho e piscinas coberta e descoberta, entre outros luxos, a mansão de mais de 8.000 metros quadrados foi projetada por Ruy Ohtake e tem paisagismo de Burle Marx.
A casa foi leiloada para pagar as dívidas de Edemar Cid Ferreira, fundador do Banco Santos, que teve a falência decretada em 2005. O banqueiro chegou a ser preso em duas oportunidades e, hoje, tenta reaver parte do que perdeu.
O imóvel fica em uma área estritamente residencial, onde as construções podem ter, no máximo, 10 metros de altura. Entre os vizinhos está a Mansão Safra, de propriedade da viúva do banqueiro Joseph Safra, Vicky, a mulher mais rica do Brasil. O terreno poderá ser ocupado apenas por casas (residências unifamiliares), cada uma com entrada e garagem exclusivas.
Caso o processo seja liberado pela Prefeitura, serão necessários cerca de seis meses para demolir toda a mansão. A estimativa é de que 3.000 metros cúbicos de concreto sejam retirados do local.
Antes, porém, as cerca de 280 árvores do terreno serão identificadas com placa contendo nome e localização. Depois, quando for possível, serão removidas e replantadas dentro da própria área, se necessário.