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Milton Leite tenta 3ª reeleição na Câmara após perder espaço no estado

Presidente da Câmara de SP, Milton Leite articula 4º mandato inédito para manter influência na capital após perder cargos no estado

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Imagem colorida mostra palco de comício com milton leite, homem negro e grisalho, de camisa branca, lendo um papel no púlpito, no microfone, ao lado de aliados - Metrópoles
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São Paulo – Considerado um dos políticos mais poderosos da capital paulista, o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), começou a articular, nas últimas semanas, um movimento para viabilizar um quarto mandato inédito no comando da Casa para o ano que vem.

O movimento iniciado nos bastidores ocorre após o vereador paulistano perder um espaço relevante que tinha no governo estadual nas gestões dos ex-governadores João Doria (sem partido) e Rodrigo Garcia (PSDB), em especial no cobiçado setor de transporte rodoviário.

Antes da busca por apoio ao seu nome, essa articulação passa pelo convencimento da maioria dos 55 vereadores da cidade a aprovar uma mudança na Lei Orgânica do Município que permita ao presidente da Câmara disputar uma terceira reeleição consecutiva.

Seria a segunda vez que os parlamentares iriam alterar esse trecho da lei para favorecer Milton Leite. Até 2022, a legislação autorizava apenas uma reeleição para presidente do Parlamento paulistano. Em setembro daquele ano, Leite conseguiu apoio suficiente para viabilizar sua recondução, garantida dois meses depois com 47 votos, incluindo de petistas e bolsonaristas.

A nova tentativa é vista como um cavalo-de-pau no plano anunciado pelo vereador quando foi reeleito presidente — Leite disse que publicamente que encerraria sua carreira política no fim de 2024, desistindo da reeleição para vereador.

Agora, o quarto mandato como presidente da Câmara, segundo aliados, seria uma preparação para que Leite volte às urnas e busque a oitava reeleição consecutiva, além de manter sua enorme influência política na cidade em pleno ano eleitoral.

Perda de espaço

A permanência na vida pública ocorre em um momento de revezes para o vereador. Desde 2016, quando foi um aliado de primeira hora do então candidato a prefeito João Doria, Leite ampliou muito sua influência na política na cidade e, posteriormente, no estado, com a eleição do ex-tucano ao governo paulista, em 2018.

O parlamentar já era um campeão de votos na zona sul e sempre negociou cargos em subprefeituras e no setor de transportes em gestões tanto de esquerda como de centro-direita. Quando Doria foi para o governo do estado, o vereador ampliou seu feudo para a poderosa Secretaria de Logística e Transporte, responsável pelas grandes obras rodoviárias do estado.

Após a eleição do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), contudo, os indicados de Milton Leite foram demitidos. Paralelamente, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), loteado pelo vereador, virou alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP), por suspeita de direcionamento e superfaturamente em contratos emergenciais de obras em rodovias estaduais, como revelou o Metrópoles.

Reeleição dividida

Na Câmara Municipal, o argumento que Miton Leite tenta emplacar para justificar o quarto mandato consecutivo é a falta de acordo entre os vereadores para a escolha de seu sucessor. Não haveria na Casa nenhum outro candidato com a maioria de votos já garantida.

O PSDB, que divide com o PT o posto de maior bancada da Câmara — cada partido têm oito vereadores —, sustenta que tem um acordo com Leite para garantir aos tucanos o direito de eleger o presidente da Casa para o ano que vem.

Além de Leite negar a existência desse acordo, os vereadores tucanos Xexéu Trípoli, vice-presidente da Casa, e João Jorge, líder do partido, ainda não chegaram a um entendimento sobre qual deles sairia candidato pela legenda.

Leite, por sua vez, estimulou que o vereador Rubinho Nunes (União), parlamentar de primeiro mandato, tentasse se viabilizar para o cargo e o fortaleceu publicamente, nomeando o aliado para a Corregedoria da Câmara e para a Comissão de Política Urbana, que tem protagonismo nas discussões mais importantes deste ano, o Plano Diretor Estratégico (PDE) e a Lei de Zoneamento. Rubinho contabiliza ao menos oito votos.

Porém, aliados afirmam que Leite também deu sinais de apoio a uma eventual candidatura do vereador Ricardo Teixeira (União), seu aliado próximo, que retornou à Câmara há dois meses. Por indicação de Leite, o parlamentar havia sido convidado por Nunes para chefiar a pasta de Transportes em 2021. Até o momento, nenhum deles reuniu condições para viabilizar uma candidatura competitiva na Casa.

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