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Milton Leite defende aumento a vereadores: “Precisam desse dinheiro”

Presidente da Câmara de SP, Milton Leite disse ainda que União Brasil não definiu o nome para sua sucessão na eleição de 1º de janeiro

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São Paulo — O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), defendeu, nesta segunda-feira (16/12), o aumento de 37% no salário dos vereadores e a criação de um vale-alimentação de R$ 1,8 mil aos parlamentares aprovados por eles mesmos neste fim de ano.

“O vereador é um servidor público e deve ter os direitos como um servidor público. Estava sem atualização dos salários deles [vereadores] desde dois mandatos, oito anos. Só a atualização monetária desses valores seria 47%. Nós atualizamos 37 [%] e respeitamos o limite constitucional, de 75% em relação ao [salário do] deputado estadual”, disse Milton Leite, durante o programa Roda Viva, da TV Cultura.

Segundo Leite, “o chefe de gabinete ganhava mais do que o vereador”. Questionado sobre o vale-alimentação de R$ 1,8 mil, aprovado 15 dias após o aumento de salário, que subirá para R$ 26 mil a partir de fevereiro, o presidente da Câmara afirmou que “tem vários vereadores que precisam, sim, desse dinheiro”.

“Eu não vou usufruir desses benefícios, mas acho justo porque vejo as necessidades dos vereadores”, disse Leite. “A grande maioria precisa sim [do dinheiro]. A dignidade para que exerça seu mandato parlamentar. A democracia tem um custo e precisa ser defendida. Eu defendo”, completou.

O Metrópoles integrou a bancada de entrevistadores do Roda Viva com a repórter Juliana Arreguy.

Leite anunciou neste ano sua aposentadoria da Câmara Municipal, após sete mandatos consecutivos, e está empenhado e colocar um aliado na presidência da Casa que ele comandou nos últimos quatro anos.

Como o Metrópoles mostrou, ele tem atuado nos bastidores para emplacar o novato Silvão Leite (União), um dos seus apadrinhados políticos, na eleição que ocorre no dia 1º de janeiro. Questionado sobre sua preferência para sucedê-lo, o presidente da Câmara disse que “a disputa é grande” e que o partido ainda não tem uma definição.

“Eu defendi um nome do União Brasil na composição, e vou defender esse nome. Não aceito que alguém demonize um nome da minha bancada”, disse Leite. “Temos muito tempo. Nós vamos construir um acordo, na paz. Qualquer vereador do União tem condição. Todos do União estão habilitados”.

O presidente da Câmara também saiu em defesa empresário Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, dono da empresa de ônibus Transwolff que é investigado por suposto envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) — neste inquérito, o vereador foi arrolado como testemunha e já teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados.

“Não acredito que o Pandora esteja envolvido com o crime organizado. Não acredito que tenha ligação do PCC com a Transwolff. Se eu tivesse alguma dúvida de envolvimento dele com o PCC, eu não teria me aproximado dele. Se tem um lá [do PCC na Transwolff], que a polícia vá, investigue e prenda. Toda e qualquer investigação deve prosseguir, até que se prove tudo”, disse.

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