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Milton Leite alega “modelo europeu de coalizão” e pede 2 secretarias

Presidente da Câmara Municipal, Milton Leite afirma que apoio do União pode decidir eleição em SP e exige duas secretarias a Ricardo Nunes

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Imagem colorida mostra Milton Leite, homem negro, de terno azul e camisa preta, ao lado de um microfone em uma mesa. O presidente da Câmara de vereadores sorri - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Milton Leite, homem negro, de terno azul e camisa preta, ao lado de um microfone em uma mesa. O presidente da Câmara de vereadores sorri - Metrópoles - Foto: Rede Câmara

São Paulo — O presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), condicionou o apoio de seu partido à reeleição do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), à criação de ao menos duas novas secretarias na Prefeitura, segundo ele admitiu nesse sábado (20/7), durante a convenção do seu partido.

Leite vem pressionando Nunes de forma pública há duas semanas, quando procurou os jornais para dizer que o apoio do União à coligação do prefeito, considerada certa pela maioria dos partidos, estava sob risco porque a relação entre os dois estaria “péssima”. Mas o vereador não deu detalhes sobre o motivo dos atritos.

Nesse sábado, durante a convenção que definiu a chapa de vereadores do União, ele deixou claro que quer definir quais espaços seu partido terá no governo municipal desde já, antes das eleições, em uma interpretação própria do que seria um “governo de coalizão nos moldes europeus”.

“O que posso antecipar previamente é que a relação com o senhor prefeito melhorou muito, dirimiu-se muitas dúvidas que nós tínhamos, dele e nossa. Resta sabido os pontos de um eventual governo de coalizão que nós temos que fazer, aos moldes europeus. É o que cobro”, disse.

“Se a aliança porventura ocorrer com Ricardo Nunes, nós exigiremos um governo de coalizão, nos moldes europeus, em que um partido sabe o que faz em cada governo”, completou.

Pouco depois, no mesmo discurso, Leite argumentou que essa definição prévia de espaço seria diferente de condicionar o apoio ao prefeito ao loteamento de cargos na Prefeitura.

“O União Brasil quer o respeito, o espaço político que cabe em governo de coalizão. Para não se afirmar que o União Brasil se deu por cargos e empreguinhos. Serão por políticas públicas”, afirmou.

Leite, então, citou a criação de duas novas secretarias na Prefeitura, que seriam “bandeiras” do partido, como condições para apoiar o prefeito.

“O União Brasil deseja uma secretaria de proteção aos mananciais para a cidade de São Paulo. Estamos insistindo que ele [Nunes] inclua na agenda dele essa política de criação de uma política de defesa da cidade. Outro ponto de política de coalizão: a criação deu uma secretaria de defesa e proteção dos animais. O União Brasil está com esta plataforma. Estas são as discussões, os pontos que posso externar neste momento”, disse.

Contudo, o vereador afirmou que o partido não reivindicaria o controle dessas pastas, apenas a criação delas.

As coalizões citadas pelo vereador, que ocorrem na Europa, aplicam-se a regimes parlamentaristas, diferentes do modelo presidencialista brasileiro. O espaço que os partidos obtém no governo são decididos a partir do tamanho de cada bancada eleita, mas não antes das eleições.

Leite reivindicou o espaço na Prefeitura depois de começar o discurso dizendo que o partido tem 8% dos votos na cidade. “O União Brasil tem 8% de votos no dia da eleição e isso decide a eleição em São Paulo”, disse.

No atual mandato, Leite já controla todo o setor de Transportes na Prefeitura — ele teve o sigilo bancário quebrado a pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP) em meio a investigações sobre a ligação de empresas de ônibus e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele também controla subprefeituras nas zonas sul e norte.

O vereador e o prefeito haviam se encontrado na sexta-feira (19/7) para discutir a relação e Leite saiu do encontro dizendo que a situação havia melhorado “90%”.

Auxiliares de Nunes, por sua vez, afirmam que a campanha não havia negociado a divisão de secretarias com nenhum aliado neste momento do processo, e que o prefeito tentaria evitar já fechar este tipo de acordo.

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