Mesmo transformada em quartel, Praça da Sé registra quase 100 roubos
Praça da Sé, teve canteiros gradeados e reforço no efetivo de PMs e GCMs, transformada em quartel, registrou 90 roubos entre abril e julho
atualizado
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São Paulo — A Praça da Sé, na região central de São Paulo, registrou ao menos 90 roubos e 105 furtos entre 14 de abril e 31 de julho, período em que passou a ser cercada por grades pela Prefeitura da capital e recebeu um ostensivo reforço policial, virando uma espécie de quartel.
O levantamento foi feito pelo Metrópoles com base nos dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), e considerou apenas os boletins de ocorrência que têm apenas a própria praça como endereço, excluindo os registros que apontam como local a Estação da Sé do Metrô, onde a segurança está sob responsabilidade da companhia metroviária.
Os mesmos critérios foram usados para analisar igual período de 2022, quando foram registrados 184 roubos e 205 furtos. No comparativo entre os dois anos, houve queda em 2023 de 51% e 48,8%, respectivamente.
Com relação aos roubos, praticamente quatro em cada dez aconteceram no período da manhã (39%).
Recorde no ano
Entre os distritos policiais da região central com áreas próximas à Cracolândia, dois registraram recorde histórico de roubos para os sete primeiros meses do ano.
Tanto o 1º DP (Sé), com 2.910 roubos, quanto o 3º DP (Campos Elíseos), com 4.398, tiveram os maiores números de casos acumulados entre janeiro e julho desde o início da série histórica, em 2001.
Em média, aconteceu um roubo nas áreas dos dois distritos a cada 42 minutos nos primeiros sete meses do ano.
No comparativo entre os meses de julho de 2022 e 2023, há uma desaceleração na alta. O 1º DP teve queda de 36% e o 3º DP, de 28%.
O que dizem as autoridades
A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirma que questionamentos a respeito das ações e políticas de segurança pública devem ser encaminhadas à Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Embore aponte o governo estadual como responsável, a administração municipal cuida, por exemplo, da Atividade Delegada, o chamado bico oficial da Polícia Militar, que conta atualmente com mais de 1.500 PMs atuando somente na região central de São Paulo.
A SSP, do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), diz que, desde o início do ano, a atual gestão tem adotado medidas para combater a criminalidade na região central da capital.
Segundo a secretaria, com as medidas adotadas, os índices criminais caíram já no primeiro semestre do ano. “Desde abril, os casos de roubos na região central caíram 12,4%; cerca de 4.000 criminosos foram presos e um aumento de 70% nas apreensões de armas de fogo”, afirma.
De acordo com a SSP, especificamente na região da Praça da Sé, os roubos caíram 36,1% em julho e os furtos 16,2% na comparação com o mesmo mês de 2022.
“Além do reforço no patrulhamento diário, com um efetivo adicional de 120 homens, foram intensificadas também as ações de polícia investigativa por parte da Polícia Civil. Foi criado o Diagnóstico das Cenas Abertas de Uso, que publica e analisa os índices da criminalidade na região para aprimorar as políticas públicas de segurança”, afirma, em nota.
A SSP cita também uma parceria com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) para monitorar criminosos por meio de tornozeleiras eletrônicas. “O acordo está em fase final e em breve entrará em vigor”, diz.
Na região da Cracolândia, conclui o governo Tarcísio, houve investimento em tecnologia e inteligência policial e aumento do número de prisões em flagrante e de procurados da Justiça. “Na comparação com a primeira semana de análise (iniciada em 3 de abril), os roubos caíram 43%, e os furtos, 27%”, afirma.