Mesmo após ato na Paulista, Nunes segue sem Bolsonaro em sua campanha
Campanha de Nunes busca levar Bolsonaro para o horário eleitoral e afastar de vez associação com Pablo Marçal, mas segue sem acordo
atualizado
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São Paulo — Mesmo após se vestir de verde e amarelo, subir no trio elétrico de Jair Bolsonaro (PL) e ficar ao lado de bolsonaristas durante as críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, segue sem saber quando poderá contar com o ex-presidente em sua campanha eleitoral.
Nunes já anunciou que Bolsonaro vai gravar participações em sua campanha no Campo de Marte e na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Esses dois locais são importantes, na visão da equipe do prefeito, porque marcariam atuações avaliadas como positivas pela campanha.
O Campo de Marte é um aeródromo da cidade de São Paulo que havia sido confiscado pelo governo federal durante a Revolução Constitucionalista, mas nunca devolvido à Prefeitura — embora já houvesse entendimento no Poder Judiciário de que o terreno era municipal. Nunes e Bolsonaro costuraram um acordo que manteve o espaço, que abriga uma base da Força Aérea Brasileira (FAB), na esfera federal. Em troca, a União abriu mão de uma dívida de R$ 25 bilhões da Prefeitura.
Já a Ceagesp seria apresentada na campanha como um local que foi “moralizado” na gestão Bolsonaro por causa da ação do candidato a vice de Nunes, Coronel Mello Araújo (PL), aliado de Bolsonaro. O ex-PM foi presidente da Companhia.
Havia expectativa de que Bolsonaro, Nunes e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) conversassem durante o fim de semana para acertar uma data para as gravações. Bolsonaro estava na cidade, hospedado no Palácio dos Bandeirantes, por causa da manifestação que havia convocado na Avenida Paulista.
Porém, o prefeito e o ex-presidente não ficaram a sós em nenhum instante. No sábado, pouco antes das 14h, eles se encontraram, acompanhados de vários aliados, no hall principal do palácio, e seguiram de carro até a Paulista. Nunes, que também queria evitar uma associação mais sólida aos ataques a Moraes, deixou o local antes do discurso de Bolsonaro.
A equipe de Nunes quer fechar logo com o ex-presidente devido ao avanço do adversário Pablo Marçal (PRTB) sobre o eleitor bolsonarista, segundo as pesquisas de intenção de voto. Nunes e Marçal dividem o voto do eleitor de direita e estão em empate técnico com Guilherme Boulos (PSol).
Nunes escalou Mello Araújo para tentar contato com Bolsonaro e fechar as datas. “O coronel Mello Araújo, que é o meu vice, é quem está conversando com o presidente Bolsonaro sobre essas gravações”, disse Nunes nessa segunda-feira (9/9), durante uma caminhada eleitoral na Vila Maria, zona norte da cidade.