“Menos um fazendo L”: motorista que debochou da vítima é indiciado por três crimes
Delegado indiciou motorista que atropelou e debochou de morto por homicídio culposo (sem intenção), omissão de socorro e incitação ao crime
atualizado
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São Paulo — O motorista de aplicativo Christopher Rodrigues, de 26 anos, que atropelou e debochou de um rapaz acusado de praticar um furto na região central de São Paulo, foi indiciado nesta quinta-feira (11/5) por homicídio culposo (sem intenção de matar), omissão de socorro e incitação ao crime.
Depois de atropelar Matheus Campos da Silva, de 21 anos, Christopher postou vídeos ofendendo o rapaz e dizendo, entre outras coisas, que era “menos um fazendo L”, em alusão a eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Matheus morreu logo em seguida.
A vítima do atropelamento foi reconhecida por testemunhas como o autor de um furto de celular ocorrido momentos antes.
Segundo o delegado Percival Alcântara, titular do 5º DP (Aclimação) e responsável pela investigação, análise minuciosa das provas testemunhal e pericial não demonstraram, em um primeiro momento, a intenção de Christopher em atropelar Matheus. Por isso, ele não foi indiciado por homicídio doloso.
O delegado afirmou que, após a colisão, o motorista se mostrou apreensivo com a situação, não parecendo, segundo as testemunhas presenciais, que teve a intenção de atropelar. Também não ficou caracterizado que ele sabia de um possível furto segundos antes, daí o indiciamento pelo homicídio culposo (sem intenção), não o doloso (intencional).
Alcântara indiciou Christopher por omissão de socorro por entender que ele não socorreu a vítima do atropelamento, sendo a ajuda acionada por outras pessoas. Segundo o delegado, depois de tomar ciência de que Matheus possivelmente teria furtado um celular, “debochou, omitiu socorro, fotografou e fez filmagens abjetas dos fatos (atitudes que em nada contribuíram para o resgate do ofendido)”.
Christopher também foi indiciado por incitação ao crime por ter instigado, publicamente, pessoas indeterminadas a “tirar” a vida de agentes que cometem crimes contra o patrimônio.