Menino sequestrado pela mãe há 45 dias é entregue à Justiça no litoral
Advogada do pai da vítima afirmou ao Metrópoles que o menino já está com ele e com a avó paterna; mulher segue sendo procurada
atualizado
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São Paulo — O menino de cinco anos sequestrado pela mãe no último dia 23 de abril foi entregue à Justiça na tarde desta sexta-feira (7/6), em Santos, no litoral sul de São Paulo. Talita Alambert, advogada de Eduardo Cassian0, de 49 anos, o pai da criança, confirmou ao Metrópoles que a vítima já está com ele e com a avó paterna, de 75 anos.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que ainda procura a mãe.
A guarda da criança é compartilhada entre o pai e a avó desde o dia 25 de janeiro, quando a Justiça acatou o pedido de guarda provisória dos responsáveis feito após ameaças da mãe, dizendo que levaria o filho para Aracaju, no Sergipe.
Eduardo Cassiano cuidava do menino há três anos. A mãe realizava visitas a cada dois meses.
Tomou à força
O caso aconteceu quando a avó materna voltava da escola com o neto. Câmeras de segurança do local flagraram o momento. Neles, é possível ver o menino se debatendo enquanto é arrastado pela mãe até um carro vermelho.
As imagens ainda mostram a criança caindo no chão e tentando resistir à ação da mãe. A avó, que segura a mochila da vítima, ainda tenta evitar a cena, mas o menino é posto na porta de trás do carro.
Ajuda no sequestro
Segundo a TV Tribuna, no último dia 28 de maio, a Polícia Civil prendeu as tias paternas da vítima. A delegada responsável pelo caso, Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher, afirmou ao veículo que duas mulheres, de 44 e 49 anos, foram presas por sequestro e cárcere privado. As suspeitas teriam ajudado a mãe no crime.
A delegada ainda revelou que as irmãs de Eduardo acreditavam que o homem, que tem outras filhas, não seria um bom pai e isso as revoltou. Ambas foram levadas à Cadeia Feminina de São Vicente.
Outros dois homens foram presos por participação no crime. Maxwell Vegner Martins Nunes, de 38 anos e Erivan Francisco da Silva, de 41. Ambos sabiam que o menino seria sequestrado de maneira violenta. Maxwell ainda seria o motorista responsável por dirigir o carro em que a vítima foi levada.
Sem notícia
Eduardo disse para a TV Tribuna que ele e a avó da criança viveram um mês de angústia sem ter notícias do filho. Inclusive, o pai afirmou que precisou se afastar do trabalho como assistente de transporte rodoviário.
O homem diz não entender a intenção da mulher com o sequestro e se mostrou preocupado com a rotina do filho: “Eu juro que eu não sei o que ela pretende com isso. Vai viver foragida com uma criança de cinco anos? Tirou totalmente a criança da rotina”.
A mãe, procurada, também deu entrevista. Nela, ela diz que pretendia passar apenas o dia com a criança e que devolveria no final do dia. Porém com as ameaças do pai decidiu ficar de vez com a criança.
“Eu ia passar só o dia com ele e ia devolver de noite. Eu não vou mais devolver [o menino], ele é meu filho. Só [vou devolver] se a Justiça vier e tomar”, afirmou a mãe da criança ao veículo.
Além disso ela revelou que o menino “nem fala mais dele [pai]” e que está bem.
Relação conturbada
Segundo a SSP, a mulher denunciou Eduardo à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) por violência doméstica no dia 29 de março. O mesmo compareceu ao local no dia 8 de abril e também alegou que foi vítima de agressão.
Após o caso de desaparecimento do filho, o pai retornou à delegacia e informou o que havia acontecido.
A pasta confirmou que, inicialmente, caso foi registrado pela Delegacia de Defesa da Mulher como violência doméstica, lesão corporal, ameaça, injúria, vias de fato e subtração de incapaz.