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Menino encontrado acorrentado em barril em 2021 em Campinas é adotado

Vara de Infância e Juventude confirmou que o processo de adoção aconteceu em 2023 e menino torturado pelo pai vive com nova família

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Divulgação/Polícia Militar
Imagem colorida mostra pernas de menino negro que era torturado pelo pai e família na cidade de Campinas em 2021 - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra pernas de menino negro que era torturado pelo pai e família na cidade de Campinas em 2021 - Metrópoles - Foto: Divulgação/Polícia Militar

São Paulo – O menino resgatado pela Polícia Militar (PM) em janeiro de 2021 após ser mantido acorrentado em um barril e ter sofrido tortura na cidade de Campinas, no interior de São Paulo, foi adotado e vive com uma nova família.

A Vara de Infância e Juventude confirmou nesta sexta-feira (16/2) que o processo de adoção aconteceu em 2023, mas não informou a data exata em que o trâmite foi finalizado.

Em dezembro de 2021, a 1ª Vara Criminal de Campinas condenou o pai do garoto, a madrasta e a filha dela a 8 anos de prisão por tortura. Os três cumprem a pena em regime inicial fechado.

Segundo a denúncia, entre 2014 e janeiro de 2021, Luciana Rodrigues Pinto, Stefani Carline Rodrigues de Sousa e Carlos Eduardo dos Santos submeteram a criança, na época com 11 anos, por diversas vezes a “intenso sofrimento físico e mental, como forma de aplicar castigo pessoal”.

Os três agrediam o menino com socos e tapas, batiam a sua cabeça contra a parede e o xingavam de “demônio, encapetado, desgraça, seu arrombado, você não presta, você é um idiota”. O menino se alimentava de cascas de fruta e fubá cru.

Segundo vizinhos, com o passar dos anos, o garoto foi proibido de sair de casa e impedido de brincar com outras crianças. Em janeiro de 2021, o trio instalou um barril no quintal da casa, onde deixou a criança acorrentada “por várias horas e dias, sem qualquer tipo de alimentação”, nu, em meio a fezes e urina, desnutrido e machucado.

Ao ver a situação, um vizinho chamou a polícia. Os três foram presos e a criança liberada dos maus-tratos em 30 de janeiro de 2021. Na sentença, a juíza Patrícia Suarez Pae Kim afirmou que o pai e a madrasta agiam com “requintes de crueldade”. A defesa afirmou que as agressões não eram rotineiras, mas exames demonstraram o contrário.

“Já seria absurdo que uma criança fosse acorrentada pelas mãos e pelos pés, dentro de um tambor, sob o sol quente, mesmo que fosse uma vez apenas. As lesões presentes nos braços e tornozelos da criança, bem como o inchaço de suas pernas, indicando ter permanecido suspensa por longos períodos, comprovam que o menino era castigado daquela maneira habitualmente”, destacou a juíza.

Segundo o processo, Luciana e Carlos moravam juntos no Jardim Itatiaia, em Campinas, com Stefani e um outro filho de Luciana de outro relacionamento, além de dois filhos comuns do casal, de 5 e 2 anos. O menino de 11 anos, que foi vítima das torturas, é filho apenas de Carlos, e vivia com ele porque foi abandonado por sua mãe com poucos dias de vida.

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