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Menina deixada pelo pai 40 dias sem comer não consegue beber água

Equipe médica diz que criança que ficou 40 dias sem comer apresenta melhora constante, mas, por algum motivo, rejeita água

atualizado

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1 de 1 menina desnutrida 1 _resized_compressed - Foto: Arquivo pessoal

São Paulo (SP) – A menina de 3 anos que foi deixada pelo pai 40 dias sem comer em Rio Claro, no interior de São Paulo, está com dificuldade para ingerir água, de acordo com membros da equipe médica ouvidos pelo Metrópoles.

A criança, resgatada em estado de desnutrição, foi internada na Santa Casa de Rio Claro em 2 de junho. Desde então, vem apresentando melhora constante e ganhou cerca de 3,5 quilos.

De acordo com o último boletim médico, a menina apresenta melhoras na locomoção e realiza passeios diários dentro do hospital acompanhada da avó, que obteve a guarda provisória na Justiça. “Em suma, sua recuperação está fluindo com excelência”, diz o boletim. No entanto, ainda não há previsão de alta.

Médicos que acompanham o quadro da criança afirmam que ela está “comendo bem melhor”, mas rejeita quando os enfermeiros oferecem água.

Menina ficou 40 dias sem comer

“Não descobrimos ainda o porquê, mas nada de água. Ela come sopa, mas água não”, diz uma das médicas que acompanha a menina.

Uma das suspeitas levantadas pela equipe do hospital é que a criança tenha desenvolvido uma aversão ao líquido durante o período em que foi deixada sem comer pelo pai. Durante os 40 dias, ela só bebia água.

“Estamos chegando à conclusão que, ou ela bebia água de torneira ou de privada, ou que a única coisa que o pai dava era água. Se ela não tomasse água pelo menos da torneira, ela teria morrido”, diz a médica.

Segundo a equipe do hospital a menina já está “correndo pela enfermaria”, mas ainda apresenta dificuldades para se comunicar. “Ela tem a fala restrita”.

Pai solto após audiência de custódia

O pai da menina, preso em flagrante em 2 de junho, foi solto no dia seguinte após a audiência de custódia. A Promotoria de Justiça da cidade apresentou recurso contra a decisão que concedeu a liberdade provisória. O Ministério Público pede que ele seja preso preventivamente.

Para o promotor Cássio Sartori, trata-se de uma tentativa de homicídio. “O preso tinha o dever de alimentar a filha e, consequentemente, evitar o resultado, que seria a morte”, diz nota divulgada pelo MP.

De acordo com o processo, o homem relatou aos guardas que sua intenção era que tanto ele quanto a filha morressem de fome. Ele também estava em estado de desnutrição.

Avó materna tentava ver a criança

O caso começou a ser investigado depois que a avó materna da criança teve dificuldades para entrar em contato com o pai, para visitar a menina. A Justiça expediu mandado para a visita.

Guardas municipais, um representante do Conselho Tutelar e oficiais de justiça foram ao local e encontraram a criança debilitada, em um ambiente sujo e sem alimentos.

A mãe da menina morreu dias após o parto. Segundo pessoas próximas ao pai, o episódio fez com que ele agravasse seu quadro de depressão.

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