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Membro da cúpula do PCC, Chacal deixa presídio federal e volta às ruas

Condenado a 9 anos por roubo e formação de quadrilha, Chacal é acusado de integrar o alto escalão do PCC, mas está em liberdade

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Imagem colorida de Chacal. Ele é um homem pardo, de cabelo grisalho e usa óculos - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Chacal. Ele é um homem pardo, de cabelo grisalho e usa óculos - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo – Acusado de fazer parte da alta cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC), Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal, 52 anos, saiu pela porta da frente da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e está em liberdade desde o fim de outubro.

Com diversas passagens pela polícia, Chacal havia sido preso pela última vez em 2015, por liderar uma quadrilha que roubou caixas eletrônicos e tentou resgatar um integrante da facção no interior de São Paulo. Procurado, o advogado de defesa alegou desconhecer que ele exerça “qualquer função no PCC”.

O criminoso foi condenado a 9 anos de prisão por roubo, ameaça e formação de quadrilha, mas conseguiu reduzir meses da pena por fazer cursos dentro da cadeia. Ele deixou o sistema penitenciário federal em 26 de outubro.

Pouco depois de voltar às ruas, relatório de inteligência do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontava suposto envolvimento de Chacal com a “Sintonia Restrita”, a célula de elite do PCC, responsável por monitorar e planejar ataques contra autoridades no Brasil.

Os investigadores descobriram recentemente que o grupo (imagens abaixo) pesquisou os endereços dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para realizar uma “missão” no Distrito Federal. Também foi essa célula do PCC que planejou o atentado contra o senador Sergio Moro (União-PR).

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Sandro dos Santos Olimpio, o Cisão
Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal
Patric Velinton Salomão, o Forjado
Ulisses Scotti de Toledo seria o "Lelê", segundo investigação
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Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo

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Sandro dos Santos Olimpio, o Cisão

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Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal

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Patric Velinton Salomão, o Forjado

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Ulisses Scotti de Toledo seria o "Lelê", segundo investigação

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Cúpula do PCC

Ao lado de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC, Chacal fez parte da primeira leva de chefões da facção que foram transferidos, no início de 2019, para presídios federais. Ele ficou cinco anos no sistema de segurança máxima.

À época, o MPSP argumentou que Chacal era afilhado de Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, número 2 do PCC, e havia assumido a função de “Sintonia Final”, a mais alta prateleira da facção, indicado pelo próprio Marcola. Na federal, o criminoso passou por Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Brasília.

Entre 2013 e 2014, antes de ser preso pela última vez, Chacal também teria exercido o posto de “Sintonia Final de Rua”, o equivalente a criminoso mais importante do PCC fora da cadeia, segundo a promotoria.

Investigações apontam que, atualmente, o cargo de principal integrante do PCC nas ruas seria ocupado no Brasil por Patric Veliton Salomão, o Forjado, que também está em liberdade, e por Sérgio Luiz de Freitas Filho, o Mijão, que está foragido, possivelmente na Bolívia.

Violência

Em outubro de 2015, Chacal foi detido em flagrante após trocar tiros com a Polícia Militar e se render em Bauru, no interior paulista. Três pessoas morreram na ocorrência.

Segundo a investigação, ele liderava uma quadrilha de 10 criminosos que planejava assaltar caixas eletrônicos na cidade e, depois, resgatar o preso Marcelo Vieira, o Capetinha, então internado em um hospital.

Com o bando, os policiais apreenderam dois fuzis calibre .762, quatro pistolas, coletes balísticos e R$ 3 mil, em dinheiro. Também foram encontrados três jalecos de enfermagem e um estetoscópio, que seriam usados na tentativa de resgate.

Só um dos bandidos teria conseguido fugir daquele cerco policial. Segundo a investigação, o criminoso seria Sandro dos Santos Olimpio, o Cisão, agora acusado de fazer parte da Sintonia Restrita. Ele foi preso em outubro.

Defesa

Em nota, o advogado Eliseu Minichillo, que defende Chacal, argumentou que as acusações do MPSP seriam “improcedentes”.

“Sem que nada fosse provado, ficou cinco anos no presídio federal e saiu com ótimo comportamento depois de ter feito vários cursos de especialização que remiram muitos meses da sua pena”, contou.

O defensor acrescentou que, no período em que Chacal foi mantido em segurança máxima, a promotoria paulista não teria apresentado “um só indício” da sua participação em ações do PCC.

“Só no Brasil as pessoas permanecem presas sem provas em presídio federal. Bastam boatos. Para o boato ter credibilidade, dão o nome de informações gravíssimas do ‘serviço de inteligência’”, alegou.

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