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Megaoperação prende chefão dos “tribunais do crime” do PCC

Ao todo foram presas 14 lideranças do PCC e duas do Comando Vermelho; foram bloqueados R$ 3 milhões em contas suspeitas

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Gaeco Operação Falso Negativo
1 de 1 Gaeco Operação Falso Negativo - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

São Paulo – Um criminoso apontado como o responsável pelos julgamentos paralelos do Primeiro Comando da Capital (PCC), conhecidos como “Tribunais do Crime“, foi uma das 14 lideranças da facção criminosa presas durante uma megaoperação contra o crime organizado, deflagrada em 13 estados brasileiros nessa quarta-feira (10/5).

Coordenada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), a ação conjunta também prendeu duas lideranças da facção carioca Comando Vermelho, além de 143 suspeitos de colaborarem com os grupos criminosos.

Foram bloqueados R$ 3 milhões em contas bancárias usadas pelos criminosos.

“Cruella”, apontada como liderança do Comando Vermelho no Pará, no momento de sua prisão

A maior liderança presa, segundo a Promotoria, foi Marcel Horácio Pereira, de 42 anos, que atua para a facção paulista em âmbito nacional. Ele é responsável por reunir dados de “julgamentos” e transgressões ao estatuto do PCC e ao “código do crime.” Ele foi preso no Paraná.

Marcel também é suspeito de envolvimento na explosão de um muro da Penitenciária Estadual de Piraquara 1 (PEP 1), na região metropolitana de Curitiba (PR), em janeiro de 2017. Na ocasião, 23 presos fugiram pelo buraco aberto na estrutura.

O Metrópoles apurou que ele estava em liberdade há pouco mais de um ano, por causa de um livramento condicional. No momento de sua prisão, foram apreendidos com ele R$ 32 mil, sem origem comprovada.

Ao todo, foram apreendidos R$ 125.214 durante a megaoperação.

“Chapolin” e “Cruella”

Outra liderança do PCC detida, na manhã de quarta, foi um criminoso identificado como Fernandes Soares de Andrade, o “Chapolin”.  Responsável, segundo a Promotoria, pelas ações criminosas do PCC no Espírito Santo, ele foi preso na capital paulista. Um comparsa dele, que atua na coordenação estrutural da facção paulista de forma interestadual, também foi preso, mas no estado capixaba.

Edilce do Nascimento Santos, a “Cruella”, foi detida em Belém (PA), apontada como “torre”, ou seja, por gerenciar as ações criminosas do Comando Vermelho na região da Ilha do Mosqueiro.

O estado com o maior número de prisões de membros do PCC foi Goiás, com 10 criminosos.

Os suspeitos detidos eram responsáveis pela coordenação de diversas áreas, como a de advogados da facção (Sintonia dos Gravatas), de ataques a agentes públicos (Sintonia Restrita), de valores (Sintonia dos Caixas) e de armas (Sintonia do Paiol).

Também foram apreendidas 12 armas de fogo com os membros das facções, 11 veículos, 10 quilos de drogas, além de celulares e documentos que irão ajudar na continuidade das investigações.

“As armas podem ter sido usadas em execuções e sua apreensão vai contribuir para o esclarecimento de crimes”, afirmou o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, que também é o diretor do Grupo Nacional de Combate ao Crime Organizado (GNCOC).

Ao todo, mais de mil agentes cumpriram nessa quarta-feira 228 mandados de prisão e 223 de busca e apreensão em endereços ligados aos grupos que controlam o tráfico de drogas e promovem lavagem de dinheiro para as facções.

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