Médico receita sorvete e Free Fire a menino com dor de garganta
Mãe diz que médico não examinou criança de 9 anos antes de prescrever sorvete de chocolate, FreeFire e outros medicamentos
atualizado
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São Paulo – O médico Marcos Wesley Silva prescreveu sorvete de chocolate e o jogo online “Free Fire” para um menino de 9 anos que foi levado pela mãe à UPA Jardim Conceição, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. A receita seria o sonho de muitas crianças. O problema, diz a mãe, é que o menino estava com sintomas gripais e dor de garganta.
“Ele tinha vários sintomas gripais, muita tosse, dor de garganta e estava vomitando. O que me assustou mesmo foi o vômito. Ele começou a vomitar bastante”, afirmou Priscila da Silva Ramos ao Metrópoles.
Segundo ela, o filho começou a passar mal entre os dias 17 e 18 de maio. No dia 18, ela levou o menino até a UPA. A mulher diz que o médico não o examinou.
“Eu cheguei lá com meu filho e ele nem examinou meu filho. Ele simplesmente só começou a perguntar para mim o que ele tinha. Ele perguntou se eu tinha olhado a garganta do meu filho. Quem tinha que olhar era ele, o médico era ele”, afirmou.
Além de “sorvete de chocolate 2x por dia” e “Free Fire Diário”, Marcos Wesley Silva prescreveu amoxicilina, ibuprofeno, dipirona, prednisolona e acetilcisteína.
“Ele só passou esse monte de medicamento, sem me falar explicação nenhuma sobre cada um deles”, disse Priscila. “Eu fui para casa, não tinha visto a receita lá no momento. Eu só fui ver a receita em casa quando falei com a minha irmã no outro dia. Aí estava lá. Como vai receitar sorvete de chocolate para um menino com dor de garganta?”, afirmou.
Priscila afirma que, durante a consulta, o médico perguntou se o menino preferia sorvete de chocolate ou de morango.
“Ele perguntou para o meu filho se ele gostava de sorvete. Meu filho falou que sim. E ele perguntou para o meu filho se era de sorvete ou chocolate. Aí o médico prescreveu. Só que eu nunca imaginava que ele ia prescrever na receita isso aí. Eu nunca imaginei.”
Marcos Wesley Ramos tem o registro ativo, de acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. No carimbo que usou na receita, consta que ele é neurologista. No site do Cremesp, no entanto, consta que não possui especialidade registrada.
O Metrópoles tentou contato com o médico, mas não obteve retorno