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Médico condenado por retirada ilegal de órgãos é preso em SP

Álvaro Ianhez foi preso em Jundiaí; segundo MP, documentos que constataram morte cerebral do menino Paulo Pavesi, em 2000, foram forjados

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1 de 1 alvaro ianhez_resized_compressed - Foto: Reprodução

São Paulo – O médico Álvaro Ianhez, de 76 anos, foi preso nesta terça-feira (9/5) em Jundiaí, no interior de São Paulo, pela morte do menino de 10 anos Paulo Pavesi, em 2000, em Poços de Caldas, em Minas Gerais.

A criança teve os órgãos retirados de forma irregular. De acordo com o Ministério Público, os documentos que constataram morte cerebral de Paulo foram forjados com o objetivo de fazer com que ele fosse doador.

Ianhez foi condenado a 21 anos e 8 meses de prisão por homicídio duplamente qualificado, em abril de 2022, pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte. Na época, a Justiça negou um pedido da defesa para que ele recorresse em liberdade.

Nessa terça-feira (9/5), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais expediu um novo mandado de prisão contra Ianhez. A decisão ocorreu após o ministro Rogério Schietti, da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, negar um habeas corpus de Ianhez.

Em abril, o Supremo Tribunal Federal havia cassado uma decisão do STJ que impedia a prisão do médico.

A prisão de Ianhez foi resultado de uma ação conjunta dos Ministérios Públicos de Minas Gerais e de São Paulo. A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Justiça de Minas Gerais já foi comunicada sobre prisão. O médico deverá ser transferido para o sistema prisional do estado.

Morte de Paulo Pavesi

Em abril de 2000, Paulo Pavesi foi internado, após cair de uma altura de 10 metros do prédio em que morava. Médicos da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas informaram aos pais que o menino teria sofrido morte cerebral em razão de um traumatismo craniano.

Os profissionais disseram que haviam retirado os órgãos e enviado para o banco de transplantes da unidade de saúde.

O processo teria sido custeado pelo Sistema Único de Saúde. Os pais teriam começado a suspeitar quando receberam uma conta de R$ 12 mil do hospital referente aos medicamentos usados para a remoção dos órgãos.

A Polícia Federal passou a investigar o caso e constatou que o exame que teria atestado a morte cerebral de Paulo foi feito de forma irregular.

Para o MP, a documentação sobre a morte foi forjada, com o objetivo de fazer com que Paulo fosse doador.

Um dos pontos levantados pela defesa é o fato de Paulo ser anestesiado para que os órgãos fossem retirados, o que seria desnecessário se houvesse morte cerebral.

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