“Me deixou pelado na sacada”, diz enteado de líder da Bola de Neve
Nathan Gouvêa, hoje com 30 anos, diz que na infância foi vítima de agressões e abusos psicológicos por parte do apóstolo Rina
atualizado
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São Paulo — O enteado de Rinaldo Pereira (foto de destaque), Nathan Gouvêa, de 30 anos, disse que, em um dos episódios de abusos psicológicos e agressões de que foi vítima, o padrasto o obrigou a ficar pelado na sacada da casa de praia como castigo. Mais conhecido como apóstolo Rina, Rinaldo é o fundador da Igreja Bola de Neve.
As declarações de Nathan foram feitas em entrevista ao portal UOL. Ele contou que o caso da sacada aconteceu quando ele tinha 7 anos.
“Estávamos eu e um amigo na casa de praia dançando aquela música ‘Olha a Onda’. Ele viu e ficou extremamente irritado, me bateu e deixou, eu e meu amigo, pelados numa sacada. Dava para todo mundo ver. Ficamos assim por horas’, disse Nathan.
Ainda criança, ele disse achar normais os castigos. Aos 8 anos, a punição teria se repetido. “Era bem novinho, coisa de uns 8 anos. Morávamos em um apartamento todo de vidro, no terceiro andar e, mais uma vez, ele me deixou de castigo, pelado.”
Nathan também relatou agressões. Uma vez, também na infância, teria levado chutes na cabeça por colocar um CD úmido em seu videogame: “Para cada vez que eu tentava fazer o jogo funcionar e não dava certo, ele me dava um chute na cabeça”. Em outros episódios em que os dois jogavam videogame juntos, o enteado também relatou ameaças sofridas por cometer muitas faltas no jogo.
De acordo com a entrevista, a mãe, a cantora gospel Denise Seixas, via as agressões, mas era vítima do “mesmo abuso”: “Ele sempre a tratou como escrava e ela não se posicionava”, afirmou ao portal.
Em nota, a defesa do apóstolo Rina negou “categoricamente as falsas afirmações”. Além disso, a equipe acredita que todas as denúncias se mostrarão “infundadas” após as investigações do Ministério Público e da Justiça.
Medida protetiva
Rinaldo Pereira já foi acusado de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação feitas por Denise Seixas.
A mulher relatou diversos tipos de agressão por parte do Apóstolo Rina, como socos no rosto, cadeira jogada na direção dela e ameaças para ter relações sexuais com o pastor.
Na ocasião, a Justiça concedeu uma medida protetiva à vítima.